8 de maio de 2016

Principais características do Pré-Modernismo no Brasil

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O Pré-Modernismo, na literatura brasileira, compreende o período cultural que vai dos primeiros anos do século XX até 1922, quando ocorreu a Semana de Arte Moderna, marco que assinala o início do Modernismo no país. 
O Pré-Modernismo não constitui uma escola literária, mas um momento de transição entre a tradição literária do século XIX e sua ruptura radical, proporcionada pelo advento do Modernismo. 
São considerados pré-modernistas alguns escritores cujas obras destoam de nossa produção literária do início do século. Esta refletia uma mentalidade artística ainda ligada ao século XIX, e na qual os ecos do Realismo-Naturalismo na prosa e do Parnasianismo-Simbolismo na poesia não contribuíam para criações significativas. 

Em vez disso, tínhamos uma literatura superficial, servilmente submissa a modelos europeus já superados, alienada das questões nacionais. Tal produção foi significativamente caracterizada por um de seus representantes, Afrânio Peixoto, como" literatura sorriso da sociedade". 
Em oposição a este cenário dominante, convencional e conservador, os escritores denominados pré-modernistas anunciam a Modernidade. 

Principais escritores e obras do Pré-Modernismo brasileiro 

Na poesia, o principal representante do Pré-Modernismo no Brasil é Augusto dos Anjos, com poemas que desafiam classificações rígidas e inserem em nosso contexto cultural algumas características universalmente modernas. Na prosa, destacam-se três escritores, que se debruçaram sobre a realidade do país, produzindo obras críticas e questionadoras. 
Vamos conhecê-los, relacionando cada nome à sua obra mais conhecida: Euclides da Cunha, com Os sertões (1902); Lima Barreto, com Triste fim de Policarpo Quaresma (1915); e Monteiro Lobato, com Urupês (1918). Inclui-se também entre os autores pré-modernistas Graça Aranha, com Canaã, obra sobre a imigração alemã no Espírito Santo, publicada em 1902. 

Embora de menor importância literária, Graça Aranha desempenhou expressivo papel como intelectual do movimento modernista, tendo participado ativamente da Semana de Arte Moderna.
Com abordagens e estilos próprios, específicos, tais prosadores se aproximam por anunciarem a grande temática que ocupará nossa primeira geração modernista: a redescoberta dos valores brasileiros, expressa por um nacionalismo que muitas vezes retoma a vertente regionalista da literatura brasileira de modo crítico, polêmico, problematizador.