1. Leia o texto abaixo:
Trote,
uma prática medieval que desafia as universidades
As primeiras universidades surgiram
na Europa em plena Idade Média. Foram um sopro de liberdade. Permitiram progressivamente
ao homem atuar segundo a razão, em vez de apenas obedecer a dogmas. Paradoxalmente,
ao mesmo tempo em que nasciam os centros de estudo, surgia uma instituição
muito mais tributária da ideia que hoje fazemos da "Idade das Trevas":
o trote. Os primeiros registros da prática datam do início do século XIV.
Calouros da região correspondente à moderna Alemanha eram obrigados a andar nus
e ingerir fezes de animais mediante a promessa de que poderiam se vingar nos
novatos do ano seguinte. "Os alunos veteranos descontavam nos mais novos a
repressão promovida em sala de aula por professores rigorosos", afirma Antônio
Zuin, professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar) [...]
(Nathalia Goulart.
http://veja.abril.com.br /noticia/educacao/trote-uma-
pratica-medieval-que-desafia-as-universidades)
No
texto, a prática do trote entre universitários é situada na Idade Média. Contudo,
ela ainda ocorre nos dias atuais, porém com outra motivação. Em que consiste
essa mudança?
a) A classe social dos estudantes é
outra.
b) Os professores deixaram de ser a
motivação para as ações violentas.
c) Os trotes buscam valorizar a
liberdade de ação dos calouros.
d) As ações violentas não são fruto da
tradição acadêmica.
e) No passado, era necessário seguir
dogmas, e hoje não.
(ENEM) Observe o quadro do pintor espanhol
Goya, abaixo, e leia os versos do poeta português Jorge de Sena que seguem.
Depois responda às questões 2 e 3.
Carta a
meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya
Não sei, meus filhos, que mundo será
o vosso.
É possível, porque tudo é possível,
que ele seja aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo, onde tudo tenha
apenas a dificuldade que advém de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso
[prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros
[por vós.
E é possível que não seja isto, nem
seja sequer isto o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
[...]
Estes fuzilamentos, este heroísmo,
este horror, foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha há mais de um
século e que por violenta e injusta ofendeu o coração de um pintor chamado
Goya, que tinha um coração muito grande, cheio de fúria e de amor. Mas isto
nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio
breve, nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis) de ferro e de suor e
sangue e algum sêmen, a caminho do mundo que vos sonho.
[...]
(http://asfolhasardem.wordpress.com/2010/03/19/jorge-de-sena-carta-a-meus-flhos-sobre-os-fuzilamentos-de-goya/)
2. O quadro de Goya retrata
o fuzilamento de espanhóis civis pelo exército napoleônico nas ruas de Madri em
1808. Que expressão empregada por Jorge de Sena melhor se aplica às pessoas
situadas à esquerda, no quadro?
a) "mundo em que tudo
seja permitido"
b) "porque tudo é
possível"
c) "este heroísmo, este
horror"
d) "um episódio
breve"
e) "o respeito dos
outros por vós"
3. Os termos fuzilamento e horror empregados nos versos de Jorge de Sena correspondem a que elementos do quadro, respectivamente?
a) expressão do homem de
branco e construção não iluminada, ao fundo
b) construção não
iluminada, ao fundo, e sangue no chão
c) lanterna acesa, no chão,
e braços abertos do homem de branco
d) expressão do homem de
branco e homens com as mãos no rosto
e) sangue no chão e homens
com as mãos no rosto
4. (ENEM)
O Chat e
sua linguagem virtual
O significado da palavra chat vem do
inglês e quer dizer "conversa". Essa conversa acontece em tempo real,
e, para isso, é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao mesmo
tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São muitos os sites que oferecem a opção de bate-papo
na internet, basta escolher a sala que deseja "entrar",
identificar-se e iniciar a conversa. Geralmente, as salas são divididas por
assuntos, como educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para
entrar, é necessário escolher um nick,
uma espécie de apelido que identificará o participante durante a conversa. Algumas
salas restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar se a
idade informada é realmente a idade de quem está acessando, facilitando que
crianças e adolescentes acessem salas com conteúdos inadequados para sua faixa
etária.
AMARAL. S. F. Internet: novos
valores e novos comportamentos. In: SILVA. E. T. (Coord.). A leitura nos oceanos da internet.
São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).
Segundo o texto, o chat proporciona
a ocorrência de diálogos instantâneos com linguagem específica, uma vez que
nesses ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados de
interação. O chat, nessa perspectiva,
cria uma nova forma de comunicação porque:
a) possibilita que ocorra
diálogo sem a exposição da identidade real dos indivíduos, que podem recorrer a
apelidos fictícios sem comprometer o fluxo da comunicação em tempo real.
b) disponibiliza salas de
bate-papo sobre diferentes assuntos com pessoas pré-selecionadas por meio de um
sistema de busca monitorado e atualizado
por autoridades no assunto.
c) seleciona previamente
conteúdos adequados à faixa etária dos usuários que serão distribuídos nas
faixas de idade organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta.
d) garante a gravação das
conversas, o que possibilita que um diálogo permaneça aberto, independente da
disposição de cada participante.
e) limita a quantidade de
participantes conectados nas salas de bate-papo, a fim de garantir a qualidade
e eficiência dos diálogos, evitando mal-entendidos.
5. (ENEM)
O desenvolvimento das capacidades
físicas (qualidades motoras passíveis de treinamento) ajuda na tomada de
decisões em relação à melhor execução do movimento. A capacidade física
predominante no movimento representado na imagem é:
a) a velocidade, que
permite ao músculo executar uma sucessão rápida de gestos em movimentação de
intensidade máxima.
b) a resistência, que
admite a realização de movimentos durante considerável período de tempo, sem
perda da qualidade da execução.
c) a flexibilidade, que
permite a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações, sem causar
lesões.
d) a agilidade, que
possibilita a execução de movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de
direção.
e) o equilíbrio, que
permite a realização dos mais variados movimentos, com o objetivo de sustentar
o corpo sobre uma base.
6. (ENEM)
Conceitos e importância das lutas
Antes de se tornarem esporte, as
lutas ou as artes marciais tiveram duas conotações principais: eram praticadas
com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filosófico como concepção de vida
bastante significativo.
Atualmente, nos deparamos com a
grande expansão das artes marciais em nível mundial. As raízes orientais foram
se disseminando, ora pela necessidade de luta pela sobrevivência ou para a "defesa
pessoal", ora pela possibilidade de ter as artes marciais como própria
filosofia de vida.
CARREIRO, E. A. Educação Física na
escola:
Implicações para a prática
pedagógica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
(fragmento).
Um dos problemas da violência que
está presente principalmente nos grandes centros urbanos são as brigas e os
enfrentamentos de torcidas organizadas, além da formação de gangues, que se
apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas vezes, em fatalidades.
Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal
compreendido; afinal as lutas:
a) se tornaram um esporte,
mas eram praticadas com o objetivo guerreiro a fim de garantir a sobrevivência.
b) apresentam a
possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e a formação
do caráter.
c) possuem como objetivo
principal a "defesa pessoal" por meio de golpes agressivos sobre o adversário.
d) sofreram transformações
em seus princípios filosóficos em razão de sua disseminação pelo mundo.
e) se disseminaram pela
necessidade de luta pela sobrevivência ou como filosofia pessoal de vida.
7. (ENEM)
A discussão sobre "o fim do
livro de papel" com a chegada da mídia eletrônica me lembra a discussão
idêntica sobre a obsolescência do folheto de cordel. Os folhetos talvez não
existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso aconteça, os poemas
de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuarão
sendo publicados e lidos - em CD-ROM, em livro eletrônico, em "chips quânticos",
sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de
reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto,
"coffee-table book" , cópia
manuscrita, arquivo PDF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em
outros) formatos, não importa se é Moby
Dick ou Viagem a São Saruê, se é
Macbeth ou O livro de piadas de Casseta & Planeta.
TAVARES, B. Disponível em: http:// jornaldaparaiba.globo.com.
Ao refletir sobre a possível
extinção do livro impresso e o surgimento de outros suportes em via eletrônica,
o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que:
a) o cordel é um dos
gêneros textuais, por exemplo, que será extinto com o avanço da tecnologia.
b) o livro impresso
permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões e de valores
culturais.
c) o surgimento da mídia
eletrônica decretou o fim do prazer de se ler textos em livros e suportes impressos.
d) os textos continuarão
vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam.
e) os livros impressos
desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras literárias dos mais
diversos gêneros.
8. (ENEM)
O homem evoluiu. Independentemente
de teoria, essa evolução ocorreu de várias formas. No que concerne à evolução
digital, o homem percorreu longo trajeto da pedra lascada ao mundo virtual. Tal
fato culminou em um problema físico habitual, ilustrado na imagem, que propicia
uma piora na qualidade de vida do usuário, uma vez que:
a) a evolução ocorreu e com
ela evoluíram as dores de cabeça, o estresse e a falta de atenção à família.
b) a vida sem computador
tornou-se quase inviável, mas se tem diminuído problemas de visão cansada.
c) a utilização em
demasiada do computador tem proporcionado o surgimento de cientistas que apresentam
lesão por esforço repetitivo.
d) o homem criou o
computador, que evoluiu, e hoje opera várias ações antes feitas pelas pessoas,
tornando-as sedentárias ou obesas.
e) o uso contínuo do
computador de forma inadequada tem ocasionado má postura corporal.
9. (ENEM)
O Conar
existe para coibir os exageros na propaganda.
E ele é
100% eficiente nesta missão.
Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos.
Que somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor deslize.
E só não falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. Aliás, em vez
de usar a palavra "mentira", como acabamos de fazer, poderíamos optar
por um eufemismo. "Meia-verdade", por exemplo, seria um termo muito menos
agressivo. Mas nós não usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos
que exista uma "Meia-verdade". Para o Conar, Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. Existem a
honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu há 29
anos (viu só? não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela ética na
publicidade. Não fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas,
mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque é a única forma da propaganda
ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para que serviria a propaganda se
o consumidor não acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por
uma peça publicitária pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa
cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição.
Anúncio veiculado na Revista Veja.
São Paulo:
Abril. Ed. 2120. ano 42. ng 27.
8jul. 2009.
Considerando a autoria e a seleção
lexical desse texto, bem como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o
objetivo do autor do texto é:
a) informar os consumidores
em geral sobre a atuação do Conar.
b) conscientizar
publicitários do compromisso ético ao elaborar suas peças publicitárias.
c) alertar chefes de
família, para que eles fiscalizem o conteúdo das propagandas veiculadas pela
mídia.
d) chamar a atenção de
empresários e anunciantes em geral para suas responsabilidades ao contratarem
publicitários sem ética.
e) chamar a atenção de
empresas para os efeitos nocivos que elas podem causar à sociedade, se com
pactuarem com propagandas enganosas.
10. (ENEM)
Há certos usos consagrados na fala,
e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade
do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que
dominam a variedade padrão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na
língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um
"ideal linguístico" que estaria representado pelas regras da
gramática normativa. Usos como ter
por haver em construções existenciais
(tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para
mim fazer o trabalho), a não
concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência,
não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma
vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor.
CALLOU, D. Gramática, variação e
normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs.). Ensino de gramática: descrição
e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
Considerando a reflexão traz ida no
texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que:
a) estudantes que não
conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistintamente,
usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito.
b) falantes que dominam a
variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a
diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por
falantes mais escolarizados.
c) moradores de diversas
regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a
constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de
concordância.
d) pessoas que se julgam no
direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar usos
não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma-padrão.
e) usuários que desvendam
os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam forma do verbo ter
quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras
gramaticais.
Gabarito: 1B | 2C | 3E | 4A | 5C | 6B | 7D | 8E | 9A | 10B