5 de agosto de 2016

Exercícios sobre pronomes demonstrativos


1. Marque a alternativa em que as palavras próprio/própria funcionam como pronome demonstrativo. Justifique sua resposta. 

a) Os indígenas tinham uma maneira própria de ver o mundo. 
b) A palavra foi empregada em sentido denotativo, ou seja, em sentido próprio. 
c) Vista-se de modo próprio para a situação. 
d) Ele está trabalhando muito para comprar uma casa própria. 
e) Ele próprio ignorou o fato. 

2. Algumas vezes, os pronomes demonstrativos são usados em sentido depreciativo, irônico, negativo. Marque a alternativa em que o pronome demonstrativo não foi usado de forma depreciativa. Justifique sua resposta. 

a) Essa aí nunca trabalhou. 
b) Como você foi fazer uma coisa dessa? 
c) Ele me deu aquele abraço! 
d) Não acredito: você gostou daquilo? 
e) Aquilo é uma casa de má reputação. 

3. Qual é o sentido do pronome demonstrativo nos enunciados a seguir? 

> Sabe aquela do papagaio? 
> Você conhece aquela do português? 

4. Nas expressões a seguir, os pronomes demonstrativos não indicam tempo e espaço em relação às pessoas do discurso. Qual é o sentido desses termos? 

a) Não entre nessa!
b) Essa não!
c) Ora essa
d) Mais esta! 
e) Essa/Esta é boa! 

5. Em qual dos versos a seguir há um termo que funciona como pronome demonstrativo? Identifique-o e reescreva o trecho substituindo esse termo por um pronome demonstrativo. 

[...] Em pequeno volume, aqui te dou 
Do mundo aos olhos teus, para que vejas 
Por onde vás e irás e o que desejas. 

(CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas, Canto décimo. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 269.)

6. (UFViçosa-MG/2001 - adaptada)

Leia:
Toda ciência contém, em seus fundamentos, uma mitologia. Para muitos, a mitologia é coisa da fantasia, enquanto a ciência se constitui em fala de gente séria.

Os pronomes que substituem, pela ordem, os termos em destaque na passagem acima, sem que haja alteração de sentido, são:

a) esta/essa
b) aquela/esta
c) essa/aquela
d) aquela/essa
d) esta/aquela

7.  (Unesp/2003 - adaptado)
Leia um fragmento da Poética, do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C):

Poética 

Pelas precedentes considerações se manifesta que não é ofício de poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta, por escreverem verso ou prosa (pois que bem poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser história, se fossem em verso o que eram em prosa). Diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder. Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o universal, e esta o particular. Por "referir-se ao universal" entendo eu atribuir a um indivíduo de determinada natureza pensamentos e ações que, por liame de necessidade e verossimilhança, convêm a tal natureza; e ao universal, assim entendido, visa a poesia, ainda que dê nomes aos seus personagens; particular, pelo contrário, é o que fez Alcibíades ou o que lhe aconteceu.

(ARISTÓTELES, Poética) 

Os pronomes demonstrativos são algumas vezes empregados para fazer referência a termos antecedentes, ou seja, empregados anteriormente, na mesma frase ou em outra. De posse dessa informação, aponte o antecedente de cada um dos pronomes demonstrativos que aparecem no terceiro período do texto de Aristóteles (aquela e esta):

"Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o universal, e esta o particular." 

Gabarito

1. Alternativa e. Nas outras alternativas, as palavras próprio/própria funcionam como adjetivos. 

2. Alternativa c. Nesse caso, o pronome aquele não foi usado em sentido depreciativo, mas exerce a função de adjetivo: "aquele abraço" tem o significado de "grande abraço"; "abraço apertada'; "abraço gostoso" etc. 

3. Nesses casos, o pronome aquela é usado para se referir a termo elíptico: piada, anedota. 

4.
a) O mesmo que "Não se deixe levar por..."
b)  Espanto, surpresa, não aceitação de um fato. 
c) O mesmo que "Não acredito!", "Não concordo" etc.
d) Crítica e espanto; o mesmo que "Era só o que faltava", "E tem mais..." etc. 
e) Ironia, espanto ou ainda "aprovação" (no caso de uma piada, por exemplo). 

5. "Por onde vás e irás e o que desejas." O pronome demonstrativo o pode ser substituído pelo pronome demonstrativo aquilo: Por onde vás e irás e aquilo que desejas. 

6. Alternativa e. 

7. No fragmento, o pronome demonstrativo aquela recupera, ou tem como referência, poesia, enquanto esta recupera, ou tem como referência, história.