29 de junho de 2016

Exercícios sobre conjunções para ensino médio


VEJA TAMBÉM:
1. Reescreva os períodos a seguir, ligando as orações, de modo a formar um período composto por coordenação. Utilize uma conjunção conforme solicitado entre parênteses. 

a) Estavam muito cansados. Conseguiram competir até o Final. (adversativa) 
b) As crises eram frequentes. O governo do país estava ameaçado. (conclusiva) 
c) Não foi ao jogo. Não assistiu pela TV. (aditiva) 
d) Saiam rapidamente. O ônibus já está chegando. (explicativa) 

2. Preencha os espaços utilizando a conjunção coordenativa adequada. Analise bem as relações possíveis entre as orações. 

a) Parou perto do ponto de ônibus ___________ ficou a observar o mendigo. 
b) Tinha apenas dois anos, era, __________, bem pequeno. 
c) Precisava fazer cirurgia cardíaca,  __________tinha muito medo. 
d) O jogo foi horroroso, ____________ perdemos de 3 a 0 para o Flamengo. 
e) "No Carnaval,_____________ se brinca____________ se foge para onde ninguém fala em carnaval" (Carlos Drummond de Andrade) 
f) Não jogava cartas,_________ via televisão.

3. Reescreva os períodos que seguem, substituindo a conjunção explicativa pela conclusiva e vice-versa. Faça as adaptações necessárias.

a) Tinha apenas treze anos, portanto não podia ir a festas sozinho.
b) Sentiu-se arrasada, pois percebeu que sua vida era semelhante à da vizinha.
c) "Penso, logo existo." (Descartes)


GABARITO

1.
a) Estavam muito cansados, mas (porém, no entanto, entretanto) conseguiram competir até o final.
b) As crises eram frequentes; logo, (portanto/por isso) o governo do pais estava ameaçado.
c) Não foi ao jogo nem assistiu pela TV.
d) Saiam rapidamente, pois (porque/ que) o ônibus Já está chegando. 

Tirinhas do Calvin e Haroldo


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Referência: Os dias estão todos ocupados - As aventuras de Calvin e Haroldo por Bill Watterson

Exercícios sobre Triste fim de Policarpo Quaresma


Leia também:
Interpretação de Triste Fim de Policarpo Quaresma

**Gabarito no final**

1. Leia um trecho de Triste fim de Policarpo Quaresma, em que Olga visita o padrinho Policarpo no sítio Sossego. 

[...] O que mais a [Olga] impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele sopapo que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? E não havia gado, nem grande nem pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro,. Por quê? [...] Não podia ser preguiça só ou indolência. [...] 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

I. O trecho ressalta a surpresa de Olga em relação à condição de pobreza dos trabalhadores rurais e ao estado de abandono das terras. 
II. Olga atribui à indolência e à falta de energia dos moradores do campo o desolamento da paisagem. 
III. Apresenta-se no texto o contraste entre a visão idealizada dos habitantes da cidade e a dura realidade do campo. 

Está correto o que se afirma: 
a) somente em I. 
b) somente em II.. 
c) somente em III. 
d) somente em I e II. 
e) somente em I e III. 

2. Identifique a alternativa incorreta, em relação ao texto abaixo.

Exercícios sobre pontuação para 8ºano

Leia a tira a seguir para responder às questões.


1. No 1º e no 2º quadrinhos da tira: 

a) Quais são as duas frases em que o adulto faz um questionamento ao jovem?
b) Qual sinal de pontuação foi empregado nessas falas? Por que ele foi utilizado? 
c) Os questionamentos indicam indignação, sugestão, curiosidade, convite ou surpresa? 

2. Crie uma fala que poderia ter sido dita pelo adulto no último quadrinho. Uma das frases deve ser interrogativa. 

3. Observe as falas do jovem. 

a) Nas frases ditas por ele, que sinal de pontuação foi empregado? 
b) Essas frases indicam surpresa, alegria, entusiasmo, espanto ou indiferença? 

4. No 2º quadrinho, o adulto diz: "Nossa!!" 

a) Com que intenção foi repetido o ponto de exclamação? 
b) O que indica o ponto de exclamação nessa ocorrência? 

5. Na tira, há palavras que foram escritas com letras maiores e em negrito. Quais são elas? De acordo com o contexto, por que foram escritas assim?

28 de junho de 2016

Interpretação de texto sobre violência, miséria, favela e drogas - Cena 9 - Canção do exílio Fernando Bonassi

Cena 9 
Canção do exílio 

Fernando Bonassi 


ATIVIDADE PRONTA EM PDF PARA BAIXAR E SALVAR
Minha terra tem campos de futebol onde cadáveres amanhecem emborcados pra atrapalhar os jogos. Tem uma pedrinha cor-de-bile que faz "tuim" na cabeça da gente. Tem também muros de bloco (sem pintura, é claro, que tinta é a maior frescura quando falta mistura), onde pousam cacos de vidro pra espantar malaco. Minha terra tem HK, AR15, M21, 45 e 38 (na minha terra, 32 é uma piada). As sirenes que aqui apitam, apitam de repente e sem hora marcada. Elas não são mais as das fábricas, que fecharam. São mesmo é dos camburões, que vêm fazer aleijados, trazer tranquilidade e aflição. 

(BONASSI, Fernando. 15 cenas de descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio Janeiro: Objetiva, 2000. p. 607.)


VOCABULÁRIO
emborcado: colocado de bruços, de boca para baixo; despejado, tombado. 
cor-de-bile: esverdeado ou amarelado. 
frescura: gíria popular com o significado de coisa sem valor, dispensável. 
mistura: gíria popular indicando ingredientes para o almoço ou jantar (carne, verduras, legumes etc.). 
malaco: gíria com o significado de marginal, bandido,ladrão. 

ANÁLISE DO TEXTO

1. Esse texto dialoga diretamente com o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Fernando Bonassi fez uma paródia ou uma paráfrase desse poema? Justifique. 

2. Qual é o tema central desse microconto? 

3. Registre falso ou verdadeiro para cada uma das alternativas a seguir: 

a) O texto de Bonassi dialoga com o noticiário policial. 
b) A divisão em cenas - cena 9, por exemplo - remete à linguagem cinematográfica. 
c) O autor denuncia o degredo de cidadãos brasileiros em solo pátrio. 
d) Ele reafirma a visão ufanista do romântico Gonçalves Dias. 

4. O microconto de Bonassi apresenta características das estéticas realista e naturalista e da modernista. Explique essa afirmativa 

5. Explique as denúncias expressas em cada uma das seguintes passagens: 

a)"Minha terra tem campos de futebol onde cadáveres amanhecem emborcados pra atrapalhar os jogos." 
b) "Tem uma pedrinha cor-de-bile que faz 'tuim' na cabeça da gente." 
c) "Tem também muros de bloco (sem pintura, e claro, que tinta é a maior frescura quando falta mistura), onde pousam cacos de vidro pra espantar malaco."
d) "[...] tem HK, AR 15, M21, 45 e 38 (na minha terra, 32 é uma piada)." 
e) "As sirenes [...] não são mais as das fábricas, que fecharam." 
f) "São mesmo é dos camburões, que vêm fazer aleijados, trazer tranquilidade e aflição." 


Arte conceitual - Interpretação tirinha Aline, de Adão Iturrusgarai

Leia a tirinha Aline, de Adão Iturrusgarai:

A arte conceitual prioriza o conceito, a ideia a ser transmitida. Pode apropriar-se de elementos que não eram ou não são considerados artísticos, com o objetivo de levar o espectador a refletir a respeito do que é arte. Na arte conceitual valoriza-se mais a mensagem do que a concepção estética. 

Considerando o conceito apresentado acima, como você interpreta a tira? 

Gabarito

A tira satiriza a ideia de que, atualmente, qualquer criação pode ser considerada uma obra de arte .



24 de junho de 2016

Modelo de prova de interpretação de textos 8ºano


Avaliação de Língua Portuguesa
Interpretação de Textos

Nome: ______________________________________________________ _______ série________



Habilidades: inferir uma informação implícita em um texto, identificar efeitos de ironia ou humor; identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto; interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos, etc.); identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros;  reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.;  reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra;  distinguir um fato da opinião relativa a esse fato;  identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.


 Leia um trecho de uma crônica de Antonio Prata e responda às questões 1 e 2.

[...] 
O silêncio foi quebrado pelo próprio Duílio. Ele me fez sentar no braço da poltrona e me contou a história inteira, respondendo a todas as perguntas que eu lhe fazia. Explicou que a perna fora cortada por causa de uma doença, mas que eu não deveria me preocupar, era uma doença que só dava em velho. A operação aconteceu num hospital. Não, ele não precisou ir de bermuda, porque no hospital você fica pelado e te dão uma camisola. Sim, uma camisola, mesmo para os homens. Depois de vesti-la, médicos deram-lhe uma injeção no braço e ele dormiu, de um jeito que você não sente dor e não acorda nem se pularem na sua barriga. Os doutores pegaram facas e um serrote e serraram - veja bem, serraram - a perna do seu Duílio. Aí é que vem a parte mais estranha: depois de tirarem a perna, não puseram um band-aid enorme, nem vários, nem esparadrapo, não: eles o costuraram, com agulha e linha, da mesma forma que minha mãe costurava pedaços redondos de couro nos joelhos dos meus moletons. A cor da linha era preta e seu Duílio não soube dizer se poderia ser azul, verde ou vermelha, caso ele assim preferisse. 
Queria passar a tarde inteira ali, sentado no braço da poltrona, seguindo com a entrevista, mas minha mãe logo me pôs no chão e me mandou para o quintal, onde estavam as outras crianças. [...] 

(“A perna do seu Duílio” Nu, de botas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 82-3.) 

23 de junho de 2016

Período composto - exercício com tirinha e gabarito

Leia esta tira:


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1. No primeiro quadrinho, o enunciado da fala da cliente constitui um período composto. Que tipo de período composto ele é?

2. No enunciado do segundo quadrinho, há um período composto por coordenação.

a) Justifique por que a frase "O que a senhorita está buscando?" é constituída por um período simples. 
b) No período composto por coordenação, qual é a conjunção que liga as orações e que tipo de relação ela estabelece entre as orações? 

3. A tira retrata uma situação comercial entre consumidor e vendedor. 

a) Por que provavelmente a cliente procurou aquela loja para comprar o que desejava? 

b) De acordo com o contexto, a loja tem mesmo de tudo? Explique. 

4 de junho de 2016

Interpretação de poema: O que é que eu quero para a vida? (Gonçalo M. Tavares)


O que é que eu quero para a vida? 
Gonçalo M. Tavares

25.
O que é que eu quero para a vida?
Oh, essa pergunta.

Quando era novo queria ser mais velho.
Depois comecei a querer ser mais novo.
Se pudéssemos ficar na idade em que não queremos ser mais
novos nem mais velhos, seria o ideal.
Mas nem sequer me lembro se essa idade existiu, quanto mais.

O que é que eu quero para a vida?
Logo de manhã a fazerem-me essa pergunta.
Se ma fizessem de noite eu sabia o que responder:
— Quero dormir!
Mas, assim, a fazerem-me a pergunta logo pela manhã, fico
sem palavras.

Voltem logo à noite, está bem?
Eu logo vos respondo.

(TAVARES, Gonçalo M. O homem ou é tonto ou é mulher. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005. p. 47.)

Tirinha Mafalda em questões do Enem

1. Leia estes textos.
**Gabarito no final**

Texto 1


Texto 2 

Sonho impossível 
J. Darione e M. Leigh

Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972. 

Antítese, paradoxo e antífrase - tirinha Mafalda

A antítese, a antífrase e o paradoxo são figuras de linguagem que têm por princípio a oposição de sentidos. 
A antítese ocorre quando se colocam em paralelo dois ou mais termos de sentidos opostos. Em geral é empregada para dar destaque a uma diferença. Exemplo: quando o autor coloca várias ideias opostas juntas ("bom e ruim", "bem e mal") estabelecendo relações entre elas. 
Se essas ideias opostas são empregadas de modo que uma sirva para definir ou explicar a outra, temos o paradoxo (também chamado oxímoro). É o que ocorre nestes famosos versos de um soneto de Camões: 

Amor é fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer; 
Luís de Camões. Lírica. São Paulo: Cultrix, 1997. 

A antífrase ocorre quando o enunciador dá a entender o contrário do que disse. O efeito de sentido mais comum da antífrase é a ironia. Observe um exemplo:

Clique na imagem para ampliar

No segundo quadrinho da tira, a expressão de desagrado da personagem evidencia a contradição entre as palavras (aparentemente elogiosas) e o que se quer fazer entender por elas. É um exemplo de antífrase. 

Tirinha ENEM - figura de linguagem

(ENEM-MEC) Leia.


Nesta tirinha, o personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para 

a) condenar a prática de exercícios físicos. 
b) valorizar aspectos da vida moderna. 
c) desestimular o uso das bicicletas. 
d) caracterizar o diálogo entre gerações. 
e) criticar a falta de perspectiva do pai. 

Gabarito:

Leitura e interpretação de crônica humorística | Fúria no trânsito (Walcyr Carrasco)

Gênero textual: crônica humorística
Leia esta crônica humorística de Walcyr Carrasco.


Fúria no trânsito 

Existe uma forma simples de avaliar o grau de evolução do ser humano. Basta observar dois sujeitos após uma batida. Saem dos veículos arrebentando as portas. Olhares ferozes. Torsos inclinados para a frente. Mãos crispadas. Batem boca. Bastaria mudar o cenário, trocar os ternos por peles e entregar um porrete para cada um. Estaríamos de volta à pré-história, Poucas atividades humanas despertam tanto o espírito selvagem como a guerra no trânsito. 
Tenho um amigo de fala mansa, calmo e sensato. Outro dia estávamos no carro. Chuviscava. O suficiente para que os carros entrassem numa luta desenfreada no asfalto. Cortadas súbitas. Buzinas. Ele passou a costurar por todos os lados. Fomos ao Morumbi Shopping. Havia uma fila para o estacionamento vip (quem almoça em alguns restaurantes de lá tem direito a manobrista gratuito). 
- Um idiota está parado lá na frente - ele anunciou.
- Por que idiota? Você não sabe o motivo ... - comecei a dizer. 
Não pude terminar a frase. Agarrei-me ao banco. Ele atirou o carro para a direita. O da frente fez o mesmo. Para não bater, meu amigo jogou o seu sobre o canteiro. Veio a pancada. O pneu arrebentou. O veículo parado mexeu-se, vagarosamente, e partiu. Meu amigo esbravejou. Trocou o pneu. Depois foi a uma borracharia, onde acabou brigando também. Passou o resto do dia num humor de cão. Telefonou: 
- Tudo por culpa daquele imbecil! 
Argumentei: 
- Você não sabia o motivo de o carro estar parado. A pessoa podia estar se sentindo mal. Pense. Por causa de alguém que não conhece, você quase amassou o carro, arrebentou seu pneu e está furioso. Como permite que um desconhecido faça tudo isso com você? 
Silêncio sepulcral. Depois, ouvi um clique do telefone sendo desligado. 
Costumo dirigir devagar. Quando vou para o Litoral Norte é uma tortura. A estrada só tem uma pista, com muitos locais de ultrapassagem proibida. Tento me manter na velocidade exigida pelas placas. Adianta? Alguém sempre gruda em mim. Volta e meia, quando ultrapassam, ouço me xingarem. 
Nestes tempos politicamente corretos, já não se ouvem tantos gritos do tipo: 
- Ô dona Maria, vá pilotar fogão! 
Entretanto, existe, sim, um preconceito contra mulher ao volante. Confesso que também já tive. Hoje, às vezes passo por uma senhora dirigindo em paz. Alguém do meu lado reclama: 
- Olha lá, empatando o trânsito. Só podia ser mulher. 
Lembro que as seguradoras costumam cobrar menos de motoristas do sexo feminino. Causam menos acidentes. Há algum tempo uma amiga bateu em uma moto. Teve de se trancar no carro enquanto um bando de motoqueiros solidários com o acidentado chutava seu carro. Foi resgatada pelo socorro. Detalhe: o culpado era o motoqueiro. Ninguém se machucou. Ela voltou para casa apavorada. 
Soube de um rapaz que certa vez foi fechado numa grande avenida. Gritou: 
- Safado, você vai ver! 
Seguiu atrás, buzinando. O outro tentava fugir, ele perseguia. Deu uma superfechada, obrigando o carro a parar. Saiu furioso, pronto para a briga. Aproximou-se. 
No banco do motorista estava uma senhora idosa, tremendo de medo. Ele caiu em si. 
- Parecia que eu estava em um filme, me assistindo. 
Gaguejou. Pediu desculpa. Partiu. 
No dia seguinte, vendeu o carro. 
- Não confio em mim mesmo ao volante. Eu me torno outra pessoa. Prefiro não dirigir. 
Claro que não é uma receita para todo mundo. Para ele, funcionou. Anda de ônibus, táxi ou metrô. Sente-se feliz. Como se tivesse abandonado a pré-história e, finalmente, ingressado na civilização. 

CARRASCO, Walcyr. Histórias para a sala de aula: 
crônicas do cotidiano. São Paulo: Moderna, 2010. p. 121-123.

Questão ENEM sobre ditos populares

(ENEM-MEC)

Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor corresponde à figura ao lado? 
a) Com perseverança, tudo se alcança. 
b) Cada macaco no seu galho. 
c) Nem tudo que balança cai. 
d) Quem tudo quer tudo perde. 
e) Deus ajuda quem cedo madruga. 


Gabarito
Alternativa A


Interpretação de texto: A moreninha

A Moreninha, obra publicada em 1844, traz uma história de amor que se passa no Rio de Janeiro, na época do Império, envolvendo três estudantes, uma bela jovem e uma aposta. Os estudantes são Fabrício, Augusto e Leopoldo. Carolina é a Moreninha do título, irmã de Filipe. A aposta: Augusto, inconstante no amor, compromete-se com os amigos a escrever um romance, caso permaneça apaixonado pela mesma mulher por mais de quinze dias. 
O trecho selecionado trata dessa paixão. 




A Moreninha 
Joaquim Manuel de Macedo 

— [...] mas venha cá sr. Augusto, então como é isto?... estás realmente apaixonado?! 
— Quem te disse semelhante asneira?...
— Há três dias que não falas senão na irmã de Filipe e... 
— Ora, viva! quero divertir-me... digo-te que a acho feia, não é lá essas coisas; parece ter mau gênio. Realmente notei-lhe muitos defeitos... sim... mas, às vezes... Olha, Leopoldo, quando ela fala ou mesmo quando está calada, ainda melhor; quando ela dança ou mesmo quando está sentada... ah! ela rindo-se... e até mesmo séria... quando ela canta ou toca ou brinca ou corre, com os cabelos à négligé, ou divididos em belas tranças; quando... Para que dizer mais? Sempre, Leopoldo, sempre ela é  bela, formosa, encantadora, angélica! 
— Então, que história é essa? Acabas divinizando a mesma pessoa que, principiando, chamas-te feia?...
— Pois eu disse que ela era feia? É verdade que  eu... no princípio... Mas depois... Ora! estou com dores de cabeça, este maldito Velpeau!... Que lição temos amanhã? 
— Tratar-se-á das representações de... 
— Temos maçada! Quem te perguntou por isso agora? Falemos de d. Carolina, do baile, do... 
— Eis aí outra! Não acabaste de perguntar-me qual era a lição de amanhã? 
— Eu? Pode ser... Esta minha cabeça!...
— Não é a tua cabeça, Augusto, é o teu coração. 
 Houve um momento de silêncio. Augusto abriu um livro e fechou-o logo; depois tomou rapé, passeou pelo quarto duas ou três vezes e, finalmente, veio de novo sentar junto de Leopoldo. 
— É verdade, disse; não é a minha cabeça: a causa está no coração. Leopoldo, tenho tido pejo de te confessar, porém  não posso mais esconder estes sentimentos que eu penso que são segredos e que todo o mundo mos lê nos olhos! Leopoldo, aquela menina que aborreci no primeiro instante, que julguei insuportável e logo depois espirituosa, que daí a algumas horas comecei a achar bonita, no curto trato de um dia, ou melhor ainda, em alguns minutos de uma cena de amor e piedade, em que a vi de joelhos banhando os pés de sua ama, plantou no meu coração um domínio forte, um sentimento filho da admiração, talvez, mas, sentimento que é novo para mim, que não sei como o chame, porque o amor é um nome muito frio para que o pudesse exprimir!... Eu já não me conheço... não sei onde irá isto parar... Eu amo! ardo! morro! 
— Modera-te, Augusto; acalma-te; não é graça; olha que estás vermelho como um pimentão.

Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha. 34. ed. 
São Paulo: Ática. 2006. p. 108-9

3 de junho de 2016

Ambiguidade como recurso expressivo - exemplo em tirinha

Dizemos que um enunciado apresenta ambiguidade quando é possível atribuir a ele mais de um sentido, mais de uma interpretação. 
A ambiguidade de um enunciado pode ser uma qualidade ou um defeito em um texto. Na poesia, nos anúncios publicitários, nas histórias de humor, nas brincadeiras entre amigos, nas piadas, o duplo sentido é criado de propósito, como um recurso para tornar a mensagem mais interessante, mais expressiva. Em outros casos, porém, a ambiguidade resulta da falta de cuidado ou de habilidade de quem fala (ou escreve) e, nesse caso, é, evidentemente, um elemento prejudicial à clareza e à qualidade do texto. 

A ambiguidade como recurso expressivo 

O exemplo a seguir mostra como a ambiguidade pode ser um recurso fundamental para a expressividade e para os objetivos do texto. 



Questões de vestibular e Enem sobre literatura (Modernismo)



I. Valeu-se da paródia para estabelecer a crítica às primeiras manifestações vanguardistas. 
II. Vinculou-se, nos primeiros tempos, aos movimentos de vanguarda europeus. 
III. Teve, na produção poética de Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles, os melhores exemplos de irreverência formal. 
IV. Caracterizou-se, inicialmente, pela irreverência e pelo anticonvencionalismo.

Pela análise das afirmativas, identifique as que estão corretas. 
a) I e II, apenas. 
b) I e  III, apenas. 
c) II e IV, apenas. 
d) III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 

2. Leia com atenção as opiniões críticas do professor Alfredo Bosi sobre os poetas da Geração de 30:
> Na verdade, [...] foi pelo prosaico, pelo irônico, pelo antirretórico que [...] se afirmou como poeta congenialmente moderno. O rigor da sua fala madura, lastrada na recusa e na contensão [...] o faz agora homem de um tempo reificado até a medula pela dificuldade de transcender a crise de sentido e de valor que rói a nossa época. 
> É poeta de aderência ao ser, poeta cósmico e social [...]; tendo mantido firme a sua ânsia libertária, ânsia que partilhou com o Modernismo anterior a 30 [...]. Místico, ele perfura a crosta das instituições e dos costumes sociais para morder o cerne da linguagem religiosa, que é sempre ligação do homem com a totalidade. 
> Este poeta, que, a certa altura da sua história espiritual, partilhou [...] o projeto de "restaurar a poesia em Cristo" [...] começou como sonetista neoparnasiano [...]. Mas o contato com o Modernismo em geral e, particularmente, com o grupo regionalista do Recife [...] ajudou o poeta a descobrir sua vocação de artista de múltiplas dimensões (a social, a religiosa, a onírica). 
> [Seus] primeiros livros [...] foram também escritos sob o signo da religiosidade neossimbolista [...]; mas a urgência biográfica logo deslocou o eixo dos temas desse poeta lírico por excelência para a intimidade dos afetos e para a vivência erótica. [...] Será talvez, depois de Bandeira, o mais intenso poeta erótico da literatura moderna brasileira. 
> Há outro neossimbolismo [...], filiado às sondagens líricas [...] que conceberam a poesia como "sentimento transformado em imagens" [...] "A poesia é grito, mas transfigurado." A transfiguração faz-se no plano da expressividade. [...] Foi talvez o poeta moderno que modulou com mais felicidade os metros breves. 

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: 
Cultrix, 2006. p. 444, 447, 448, 461.

Exercícios sobre adjunto adnominal - 8º ano

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Numa oração, a palavra que acompanha um substantivo, qualquer que seja sua função sintática, é classificada como adjunto adnominal

O adjunto adnominal pode ser: 
> um artigo (definido ou indefinido)
Pegue a mochila
Faça uma redação.

> um numeral
Li duas revistas.

 > um adjetivo
Ela ganhou belos presentes.

> uma locução adjetiva.
Saímos em um dia de sol.

> um pronome demonstrativo
Comprei aquele tênis.

> um pronome indefinido
Ele conversou com alguns amigos.

> um pronome possessivo
Devolva meu caderno

EXERCÍCIOS

Análise crítica de charge - Arionauro


a) Observe que os personagens dessa charge estão em uma sala de exames de hospital. Qual é a crítica social retratada no texto? 

b) Qual é a realidade do setor de saúde denunciada pelo chargista?  

c) O paciente parece mais apavorado ainda ao ouvir as explicações do enfermeiro. Que recursos gráficos o chargista utilizou para sugerir a gravidade da situação? 


GABARITO

a) As más condições de atendimento médico nos hospitais do país, em especial na rede pública. 

b) A falta de investimentos no sistema de saúde; por causa disso, os aparelhos hospitalares estão quebrados ou são inadequados, e os médicos precisam improvisar para examinar os pacientes.

c) Os traços curvos em torno do corpo do paciente sugerem sua inquietação, tentando escapar do "exame". As gotas de suor no rosto do médico e as lágrimas nos olhos do paciente mostram a aflição de ambos, por razões diferentes. O aparelho remendado e com teias de aranha, ao lado da cama, completa a imagem do caos e do descaso da saúde brasileira. 

2 de junho de 2016

Exercício sobre Regionalismo | Variedade Linguística Interpretação de poema: O poeta da roça

Analise o poema do cearense Antônio Gonçalves da Silva (1909- 2002), mais conhecido como Patativa do Assaré, em virtude da musicalidade de sua poesia. Seus versos retratam bem a realidade do sertão nordestino. 

Leia um de seus textos mais conhecidos e observe a variedade linguística empregada nele.

O poeta da roça

Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola. à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre, 
E o fio do pobre não pode estudá. 

Meu verso rastêro, singelo e sem graça, 
Não entra na praça, no rico salão, 
Meu verso só entra no campo e na roça 
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. 

Só canto o buliço da vida apertada, 
Da lida pesada, das roça e dos eito. 
E às vez, recordando a feliz mocidade, 
Canto uma sodade que mora em meu peito. 

Eu canto o cabôco com suas caçada, 
Nas noite assombrada que tudo apavora, 
Por dentro da mata, com tanta corage 
Topando as visage chamada caipora. 

Eu canto o vaquêro vestido de côro, 
Brigando com o tôro no mato fechado, 
Que pega na ponta do brabo novio, 
Ganhando lugio do dono do gado. 

Eu canto o mendigo de sujo farrapo, 
Coberto de trapo e mochila na mão, 
Que chora pedindo o socorro dos horne, 
E tomba de fome, sem casa e sem pão. 

E assim, sem cobiça dos cofre luzente, 
Eu vivo contente e feliz com a sorte, 
Morando no campo, sem vê a cidade, 
Cantando as verdade das coisa do Norte. 

ASSARÉ, Patativa do. Disponível em: <http://www.blocosonline.com.br/literaturalpoesialp01/p010392.htm>. 
Acesso em: 15 jul. 2013.

Empregos opcionais de artigo


Empregos opcionais de artigo 
Existem dois casos em que é indiferente empregar, ou não, o artigo. Veja. 

O artigo é opcional
> Antes de nomes de pessoas de nossas relações sociais e/ou familiares. 
Ex.: Ela disse que o Marcelo está viajando.
Ela disse que # Marcelo está viajando.
> Antes de pronomes possessivos (meu, sua, nossas etc.).
Ex.: Apoio a sua decisão de ajudar o seu amigo.
        Apoio # sua decisão de ajudar # seu amigo.

Exercícios sobre artigo para ensino médio (com gabarito)