1. Leia um poema de Carlos Drummond de Andrade e responda à questão.
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. In Boitempo - Esquecer para lembrar.
O poema menciona que o português "são dois", porque o mesmo idioma pode ser empregado em diferentes situações. O poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
2. Leia o texto que segue.
Olhar também precisa aprender a enxergar
Há uma historinha adorável, contada por Eduardo Galeano, escritor uruguaio, que diz que um pai, morador lá do interior do país, levou seu filho até a beira do mar. O menino nunca tinha visto aquela massa de água infinita. Os dois pararam sobre um morro. O menino, segurando a mão do pai, disse a ele: "Pai, me ajuda a olhar". Pode parecer uma espécie de fantasia, mas deve ser a exata verdade, representando a sensação de faltarem não só palavras mas também capacidade para entender o que é que estava se passando ali.
Agora imagine o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte visual: como olhar para aquilo e construir seu sentido na nossa percepção? Só com auxílio mesmo. Não quer dizer que a gente não se emocione apenas por ser exposto a um clássico absoluto, um Picasso ou um Niemeyer ou um Caravaggio. Quer dizer apenas que a gente pode ver melhor se entender a lógica da criação.
Relacionando a história contada pelo escritor uruguaio com "o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte", o autor do texto defende a ideia de que:
a) o belo natural e o belo artístico provocam distintas reações de nossa percepção.
b) a educação do olhar leva a uma percepção compreensiva das coisas belas.
c) o belo artístico é tanto mais intenso quanto mais espelhe o belo natural.
d) a lógica da criação artística é a mesma que rege o funcionamento da natureza.
e) a educação do olhar devolve ao adulto a espontaneidade da percepção das crianças.
Olhar também precisa aprender a enxergar
Há uma historinha adorável, contada por Eduardo Galeano, escritor uruguaio, que diz que um pai, morador lá do interior do país, levou seu filho até a beira do mar. O menino nunca tinha visto aquela massa de água infinita. Os dois pararam sobre um morro. O menino, segurando a mão do pai, disse a ele: "Pai, me ajuda a olhar". Pode parecer uma espécie de fantasia, mas deve ser a exata verdade, representando a sensação de faltarem não só palavras mas também capacidade para entender o que é que estava se passando ali.
Agora imagine o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte visual: como olhar para aquilo e construir seu sentido na nossa percepção? Só com auxílio mesmo. Não quer dizer que a gente não se emocione apenas por ser exposto a um clássico absoluto, um Picasso ou um Niemeyer ou um Caravaggio. Quer dizer apenas que a gente pode ver melhor se entender a lógica da criação.
Luís Augusto Fischer. Folha de S. Paulo, 19/8/2003.
Relacionando a história contada pelo escritor uruguaio com "o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte", o autor do texto defende a ideia de que:
a) o belo natural e o belo artístico provocam distintas reações de nossa percepção.
b) a educação do olhar leva a uma percepção compreensiva das coisas belas.
c) o belo artístico é tanto mais intenso quanto mais espelhe o belo natural.
d) a lógica da criação artística é a mesma que rege o funcionamento da natureza.
e) a educação do olhar devolve ao adulto a espontaneidade da percepção das crianças.
3. Observe a gravura de Escher.
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência:
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações .
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência:
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações .
Leia o texto a seguir para responder às questões 4 e 5.
4. A cantiga de amigo, composta pelo rei D. Dinis, apresenta os lamentos de uma mulher. O que faz sofrer o eu lírico feminino?
5. Identifique um recurso empregado na cantiga que ressalta a musicalidade.
6. Leia os versos transcritos de a Farsa de Inês Pereira, peça teatral que trata dos sonhos de Inês em casar-se com um rapaz bonito e cavalheiro.
Não queiras ser tão senhora:
casa, filha, e aproveite;
não percas a ocasião.
Queres casar por prazer
No tempo de agora, Inês? [...]
Sempre eu ouvi dizer:
"Ou seja sapo ou sapinho,
ou marido ou maridinho,
tenha o que houver posses.
Este é o certo caminho".
Leia as afirmações a respeito dos versos de Gil Vicente.
I. A mãe julga que a filha seja presunçosa e tenta convencê-la de que não é prudente buscar casamento por prazer.
II. De acordo com a mãe de Inês, a situação econômica do pretendente é condição fundamental para aceitar ou rejeitar pedidos de casamento.
III. A mãe se baseia em sua experiência de vida para orientar a filha a escolher um caminho de virtudes.
Está correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Amiga, há muito tempo
foi-se daqui com el-rei
meu amigo; mas já senti
mil vezes no meu coração
que algures morreu, com pesar,
pois não tornou comigo a falar. [...]
Amiga, o seu coração
era de voltar logo aqui
quando visse os meus olhos em mim;
e por isso mil vezes pensei
que algures morreu, com pesar,
pois não tornou comigo a falar.
D.Dinis
5. Identifique um recurso empregado na cantiga que ressalta a musicalidade.
6. Leia os versos transcritos de a Farsa de Inês Pereira, peça teatral que trata dos sonhos de Inês em casar-se com um rapaz bonito e cavalheiro.
Não queiras ser tão senhora:
casa, filha, e aproveite;
não percas a ocasião.
Queres casar por prazer
No tempo de agora, Inês? [...]
Sempre eu ouvi dizer:
"Ou seja sapo ou sapinho,
ou marido ou maridinho,
tenha o que houver posses.
Este é o certo caminho".
Gil Vicente. Farsa de Inês Pereira. São Paulo: Senac, 1996. p.82.
Leia as afirmações a respeito dos versos de Gil Vicente.
I. A mãe julga que a filha seja presunçosa e tenta convencê-la de que não é prudente buscar casamento por prazer.
II. De acordo com a mãe de Inês, a situação econômica do pretendente é condição fundamental para aceitar ou rejeitar pedidos de casamento.
III. A mãe se baseia em sua experiência de vida para orientar a filha a escolher um caminho de virtudes.
Está correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
7. Leia o trecho:
[...] dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo",
A figura de linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) antítese
c) hipérbato
d) paradoxo
e) comparação
8. Leia os versos a seguir.
As nuvens
As nuvens são cabelos
crescendo como rios;
são os gestos brancos
da cantora muda;
são estátuas em voo
à beira de um mar; [...]
João Cabral de Melo Neto. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu. [...]
Castro Alves. "O coração". In Espumas flutuantes. São Paulo: Ateliê, 1997, p. 169.
Nos versos de João Cabral e Castro Alves verifica-se a presença de:
a) personificação.
b) comparação.
c) metáfora.
d) antítese.
e) catacrese.
9. Leia os versos do poema Inutilidades.
De que serve o pé se não anda?
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde coisa alguma.
José Paulo Paes. É isso ali. Rio de janeiro: Salamandra, 1984.
Os versos transcritos chamam a atenção para certas expressões usadas no cotidiano e que constituem a figura de linguagem conhecida por:
a) catacrese.
b) paradoxo.
c) antítese.
d) metáfora.
e) prosopopeia.
10. Conjugue os verbos, fazendo a concordância com o sujeito posposto de forma adequada, segundo a norma culta.
a) _________ vários jogos pelo campeonato neste fim de semana (acontecer)
b) ____________ poucos dias para o início das férias. (faltar)
c) _____________ dois quarteirões entre a praça e a rodoviária. (existir)
d) _____________ cartas dos leitores. (chegar)
e) _____________ cinco caixas com alimentos (vir)
f) _____________ o festival de teatro. (começar)
g) _____________ os meses de seca. (começar)