15 de janeiro de 2019

Resumo e contexto de Dom Casmurro


Sobre o autor
Machado de Assis conseguiu como poucos desentranhar dos acontecimentos políticos de seu tempo o significado humano mais profundo. Assim, o ambiente aparentemente pacífico da vida institucional brasileira da segunda metade do século XIX escondia a violência da escravidão e do sistema de troca de favores que norteava a relação entre ricos e pobres. Ao falar do Brasil, Machado desnudava o ser humano em sua miséria moral. E construía a obra mais genial de nossa literatura.

Importância do livro 
A temática da traição, presente em Dom Casmurro, é instigante por si só. A traição conduz o ser humano aos limites da racionalidade e à beira da perda da razão. No entanto, o traço fundamental da obra é o questionamento da verdade, entendida como um dos edifícios do realismo a que o próprio escritor pertencia. A intensidade desse diálogo – com o tempo, com as emoções humanas e com a arte – faz de Dom Casmurro um romance de releituras sempre proveitosas. 

As marcas mais evidentes do estilo machadiano estão presentes no livro: a digressão (suspensão da narrativa para o desenvolvimento de reflexões paralelas), a metalinguagem (discurso sobre a própria arte) e o diálogo com o leitor, quase sempre conduzido com fina ironia. 

Período histórico
O Brasil da segunda metade do século XIX era uma economia em formação e em transformação. O estabelecimento de bases capitalistas relativamente modernas convivia, e conviveria ainda por muito tempo, com a persistência de hábitos e pensamentos conservadores.

RESUMO DE DOM CASMURRO

Autor Dom Casmurro: Machado de Assis 

Ano Dom Casmurro: 1889

Título Dom Casmurro: o título é explicado pelo protagonista quando se apresenta ao leitor como o narrador dos acontecimentos. Não há uma significação própria.

Ambientação Dom Casmurro: a história passa no Rio de Janeiro durante o Segundo Império. Segundo o professor do Cursinho da Poli Roberto Juliano, o que realmente importa efetivamente é o que se passa no mundo interior de cada personagem.

Enredo Dom Casmurro: o enredo conta a história de Bentinho, narrador-protagonista, desiludido da vida, que se torna recluso em si e passa a ser reconhecido como Casmurro. Jovem, vive com sua mãe, D. Glória, seus tios, Justina e Cosme, e José Dias, o agregado.

Personagens principais Dom Casmurro: as personagens principais são Capitu, Dom Casmurro Bentinho, D. Glória (mãe de Bentinho), José Dias, Escobar e Ezequiel.

Linguagem Dom Casmurro: é acadêmica: clássica, bem cuidada, regida pelas normas de correção gramatical. Em alguns pontos, porém, registra aspectos típicos da linguística popular. 


Resumo comentado Dom Casmurro:
Bentinho vive aos namoricos com Capitu, sua vizinha, embora tenha sido prometido à vida sacerdotal por sua mãe, em uma promessa por sua vida. Ele, no entanto, não está disposto a tornar-se padre. Juntamente com Capitu e a cumplicidade de José Dias, arma estratégias para escapar ao destino que sua mãe lhe impusera, embora com as melhores intenções, o que de fato consegue, casando-se com a amada de sempre.

Em seu lugar, um escravo ordenou-se padre para que nem tudo na promessa de D. Glória fosse quebrado. Com o tempo, Bentinho estreita a sua amizade com um ex-colega de seminário, Escobar, que acaba se casando com Sancha, amiga de Capitu. Do casamento de Bentinho e Capitu nasce Ezequiel, que, aos poucos, Bentinho acha cada vez mais parecido com o amigo. Escobar morre afogado e, durante o velório, Bentinho julga perceber em Capitu uma estranha expressão ao olhar o cadáver. O ciúme aumenta e Bentinho conclui que Capitu traíra seu amor.

Ezequiel, de acordo com Bentinho, parece-se cada vez mais com Escobar. Por não ter mais dúvidas acerca da infidelidade da esposa, Bentinho planeja matá-la, e ao filho, para depois suicidar-se. O casal se separa. Capitu vai para a Europa com Ezequiel e morre lá, anos depois. Ezequiel volta ao Brasil e visita o pai, que constata ainda mais acentuada a semelhança entre o filho e o amigo morto. Ezequiel volta ao estrangeiro, onde morre. Bentinho, agora Dom Casmurro, escreve suas memórias e reflexões.

“Há, porém, um espelho para esse enredo, o seu contrário, a grande tragédia gerada pelo ciúme, a velha história shakespeariana que o próprio narrador se encarrega de semear na imaginação do leitor quando, insistentemente, revela-se ciumento e mostra Capitu dissimulada, cheia de artimanhas, por um lado e, por outro lado, faz questão de registrar uma Capitu amorosa, entristecida, ferida, ao lado de circunstâncias que, aparentemente, poderiam comprovar a inocência dela”, explica o professor. É, segundo ele, a construção da ambiguidade, motor maior da grandeza da obra.

Referências: 
Universia
Educação Globo