Leia o texto a seguir.
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:
— Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
— Ela não vai não: nós é que vamos nela.
— Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
— Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé.
Paulo Mendes Campos. Crônica 1.27. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 76 (Coleção Para Gostar de Ler). © by Joan A. Mendes Campos.
a) Quais são os adjetivos que caracterizam o menino Zé?
b) Qual desses adjetivos não sofre flexão de gênero? Por quê?
c) A utilização do adjetivo no diminutivo indica qual característica do menino?
d) O que esses adjetivos revelam sobre a condição social do menino?
e) Qual é o sentido do adjetivo no trecho: "Na soalheira danada de meio-dia"?
f) Como o vigário é caracterizado?
g) Considerando o contexto, o que significa "Engraçadinho duma figa!"?
h) No texto, há uma situação inusitada que provoca humor. Que situação e essa?
2. Qual é o sentido do adjetivo danado nas frases a seguir?
a) Esta comida está danada de boa!
b) Cuidado que o cabra é danado.
c) Ele é danado no jogo de xadrez.
d) Desta vez, deu um trabalho danado!
e) Aquela menina é danada para aprender matemática.
3. Complete o texto com as palavras abaixo, fazendo a concordância necessária.
comprido - vivo - da gaiola - de cavalo - do afogamento - preto - escuro - duro - enorme - cruel - do inimigo - de arame - inteiro - excitado - terrível - de aranha - de calçados
Os passarinhos
Nossa casa tinha um porão cheio de mistério. Por causa dos ratos, que transmitiam doenças_________, minha mãe não deixava brincar lá, mas o Arlindo e eu desobedecíamos. Com medo, rastejávamos entre as tranqueiras do porão________, aflitos com as teias_________que grudavam na boca.
Na entrada do porão, meu tio Constante armava uma ratoeira________em forma de gaiola_______, com um pedaço de queijo_______ pendurado no fundo. Quando o rato mordia a isca, a mola soltava e trancava a porta__________, com força. Prendia o rato_________. Eram ratos_______, _______que meu tio afogava no tanque.
Hoje acho________a cena_______, mas na época eu chamava a rua________ para assistir. O tio tampava o tanque e abria a torneira. Enquanto a água subia, a molecada se acotovelava em volta_________ com a aflição_________. O tio Constante trabalhava numa loja_________. Torcia pelo Corinthians no rádio, ouvia corrida__________ e tinha uma criação de canário-da-reino num viveiro azul, amarelo e vermelho, perto do quarador.
Drauzio Varella. Nas ruas do Brás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 19-20