22 de agosto de 2016

Interpretação do poema Motivo de Cecília Meireles


Motivo 
Neste poema, o eu lírico trata do significado do fazer poético. 

**Gabarito no final**

Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa. 
Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta. 

Irmão das coisas fugidias, 
não sinto gozo nem tormento. 
Atravesso noites e dias 
no vento. 

Se desmorono ou se edifico, 
se permaneço ou me desfaço, 
— não sei, não sei. Não sei se fico 
ou passo. 

Sei que canto. E a canção é tudo. 
Tem sangue eterno a asa ritmada. 
E um dia sei que estarei mudo: 
 mais nada.

MEIRELES, Cecília. Viagem. 
In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1991. p. 228. 



1. Segundo o eu lírico, o que define um poeta? 
> Como pode ser entendida a palavra instante no poema? Ela está relacionada apenas a tempo? 

2. Nos versos a seguir, porque é uma conjunção explicativa. De que maneira ela retoma o sentido do título do poema? 

"Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa." 

> O uso dessa conjunção gera duas possibilidades de leitura do segundo verso. Quais são elas? 

3. Explique a relação de causa e consequência estabelecida entre as informações apresentadas nos dois primeiros versos da segunda estrofe. 
> De que maneira a palavra fugidias, associada à existência do "instante", define o que é "ser poeta" para o eu lírico? 

4. Qual o tempo e qual o modo em que estão todos os verbos do poema com exceção de "estarei"? 
> Como o uso desse tempo verbal se relaciona ao tema do poema? 

5. Na terceira estrofe, o eu lírico apresenta várias antíteses. Quais são elas e o que simbolizam no poema? 
> Elas encaminham a conclusão do poema: a única certeza que o eu lírico tem sobre si mesmo. Qual é ela?

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