21 de janeiro de 2019

Exercícios sobre Parnasianismo com respostas


1. (UFRR/2016)
Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano.

a) Em virtude da preocupação com a forma do poema - que se refletia na precisão das palavras, na riqueza das rimas e no respeito pelas regras de composição poética - o trabalho do poeta parnasiano comumente é comparado ao de um ourives ou escultor.
b) O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso Contemporâneo.
c) Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, que marcou o início do Parnasianismo brasileiro.
d) Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma da sensualidade e do erotismo, privilegiando a descrição de seus aspectos físicos.
e) Enquanto a poesia romântica dava maior valor à inspiração do que ao acabamento formal, o Parnasianismo atribuiu grande valor à estética do texto.

2. (UESPI/2010)
O Parnasianismo foi um movimento literário que envolveu apenas a poesia e teve como característica principal:

a) determinismo biológico.
b) subjetividade.
c) sentimentalismo exagerado.
d) anseio da liberdade criativa.
e) culto da forma, arte pela arte.

3. (UNESP SP/2017)

Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência quase completa de interesse político no contexto da obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)

A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-1937):

a) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente.
b) Erguido em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme, Numa terra de reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme.
c) Eu vi-a e minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora a vi; Nos puros olhos e na face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci.
d) Longe da pátria, sob um céu diverso Onde o sol como aqui tanto não arde, Chorei saudades do meu lar querido – Ave sem ninho que suspira à tarde. –
e) Eu morro qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia.

4. (ENEM/2013)

Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

CORREIA, R. In: PATRIOTA, M.
Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que

a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.

5. (ESPM RS/2012)

TEXTO
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase: e, enfim
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito

(Olavo Bilac)

Vocabulário:
alteia: torna mais alto, mais sublime
rubim: o mesmo que rubi, pedra preciosa de cor vermelha
ourives: que trabalha com ouro

No Parnasianismo, a atividade poética é comparada ao trabalho do ourives, porque, para o autor:

a) o poeta não se assemelha ao trabalhador artesanal.
b) o poeta é como um lapidador.
c) a poesia é preciosa como um rubim.
d) o poeta se identifica com a natureza.
e) na poesia não pode faltar a rima.

6. (UPE/2012)

Texto 1
Festa no Brejo

“A saparia desesperada
coaxa coaxa coaxa.
O brejo vibra que nem caixa de guerra.
Os sapos estão danados.
A lua gorda apareceu
e clareou o brejo todo.
Até a lua sobe o coro
da saparia desesperada.
A saparia toda de Minas
coaxa no brejo humilde.
Hoje tem festa no brejo!”

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Texto 2
Os sapos

(…)
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: – “Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
(…)
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

Com base no Parnasianismo e nos trechos dos poemas de Drummond e de Bandeira e, ainda, com relação à estética a que os autores dos trechos estão vinculados, analise as afirmativas a seguir:

I. Em ambos os poemas, fica claro o combate ao verso tradicional, o que se evidencia não apenas nos trechos com a prosaica presença dos sapos mas também em quase todas as composições dos autores modernistas analisados.
II. Drummond, em “Festa no Brejo”, e Bandeira, em “Os Sapos”, fazem clara homenagem ao verso tradicional, tendo em vista que ambos, se observadas biografia e produção literária, sempre se posicionaram como adeptos da métrica excessivamente rígida.
III. Pode-se dizer que Drummond, em “Festa do Brejo” intertextualiza com o poema “Os Sapos”, de Bandeira.
IV. O poema de Drummond ilustra dois procedimentos fundamentais à estética literária modernista: a) negação de toda e qualquer estética que a antecede e b) rigor excessivo com o léxico formal.
V. O título dos poemas e a temática neles tratada sugerem ao leitor reflexões sobre algumas ideologias da estética literária modernista, defendidas tanto por Drummond quanto por Bandeira.

Está CORRETO o que se afirma em

a) II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) I, III e V.
e) II, III e V.

7. (UNIFOR CE/2012)

A poesia parnasiana tem como característica o anti-sentimentalismo e a consequente reposição de ideais clássicos de Arte, como a impassibilidade, o racionalismo, o culto da Forma, o sensacionalismo, o esteticismo, o universalismo.

(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2006).

Manuel Bandeira faz uma crítica ao Parnasianismo e assim produz uma declaração do que NÃO queriam os modernistas. Esse sentimento se encontra no poema:

a) Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que eu nunca tive (Vou-me embora pra Pasárgada)
b) Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. (Pneumotórax)
c) Beijo pouco, falo menos ainda Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana (Neologismo)
d) Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor (Poética)
e) Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra, A lembrança de uma sombra Em nenhum coração, em nenhum pensamento, Em nenhuma epiderme (A morte absoluta)

8. (UFPE) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo:

a) a natureza é apresentada objetivamente;
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação lógica;
c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do poema;
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros períodos literários;
e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas.

9. (FESP) Com relação ao Parnasianismo, é correto afirmar:

a) É sentimentalista;
b) Assume uma visão crítica da sociedade;
c) Seus autores estiveram sempre atentos às transformações do final do século XIX e início do seguinte;
d) O seu traço mais característico é o endeusamento da forma;
e) Seu poeta mais expressivo, Olavo Bilac, defendeu um retorno à arte barroca.

10. (UCSAL) Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira são representantes de uma mesma escola literária. Assinale a alternativa cujos versos exemplificam as características dessa escola.

a) A noite caiu na minh’alma,
fiquei triste sem querer.
Uma sombra veio vindo,
veio vindo, me abraçou.
Era a sombra de meu bem
que morreu há tanto tempo.

b) Dorme.
Dorme o tempo que não podias dormir.
Dorme não só tu,
Prepara-te para dormir teu corpo e teu amor contigo.

c) Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade 
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!

d) Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada.
Entre as nuvens do amor ela dormia!

e) Nas horas da noite, se junto a meu leito
Houveres acaso, meu bem, de chegar,
Verás de repente que aspecto risonho
Que torna o meu sonho,
Se o vens bafejar!