Leia o trecho de uma novela do escritor pernambucano Luís Carlos de Santana, conhecido como Luís Fulano de Tal.
Sou estudante de línguas, faço francês.
— Para saber bem uma língua estrangeira é necessária a convivência com seus nativos, dizia o professor. Como não posso passear na França e nem no Canadá, fui para Caiena nas Guianas. É mais barato, muito mais próximo e faz calor.
Sou professor, e assim, após quatro anos de uma economia de guerra, comprei as passagens. Tirei férias no trabalho e depois de cinco dias de viagem de ônibus e mais algumas horas de tapuia, desembarquei em Caiena.
Luis FULANO DE TAL. A noite dos cristais.
São Paulo: Editora 34, 1999. p. 19.
VOCABULÁRIO
Guianas: trata-se, nesse caso, da Guiana Francesa, território subordinado à França, localizado no norte da América do Sul. Caiena é sua capital.
Tapuia: embarcação muito usada na região amazônica.
QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO
1. Entre estudar francês na França, no Canadá e na Guiana Francesa, por que o narrador optou por esta última?
2. No terceiro parágrafo, ele explica por que precisou fazer economia para viajar. Qual é o motivo?
3. A maneira como ele viajou é coerente com o fato de precisar de um lugar mais barato onde estudar? Explique sua resposta.
4. É possível saber se a situação narrada é real ou imaginária? O leitor tem a impressão de ser verdadeira?
GABARITO
1. Por ser um local mais próximo do Brasil, mais quente e onde seria mais barato estudar.
2. Por ele ser professor e não dispor de muito dinheiro.
3. Sim, ele viajou muitas horas de ônibus e de barco, em vez de usar outros meios de transporte mais ágeis e caros.
4. Não é possível saber se real ou imaginária, mas o leitor tem a impressão de se tratar de uma situação real.