29 de março de 2020

Interpretação do poema Meus oito anos (gabarito)


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O texto abaixo é um poema de Casimiro de Abreu, um dos poetas brasileiros mais populares do país no século XIX. Leia-o com atenção para responder às questões.


Meus oito anos
Casimiro de Abreu


Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

CASIMIRO DE ABREU. Meus oito anos. In: Clássicos da poesia brasileira. São Paulo: Klick, 1997. p. 115-116.

GLOSSÁRIO
Aurora: 1. nascer do sol. 2. figurado começo, início.
Fagueiras: agradáveis, suaves.
Despontar: começar a aparecer.
Campinas: campo extenso coberto de grama ou mato.
Ditosos: felizes.

INTERPRETAÇÃO
Questão 1
Explique com suas palavras como o eu lírico caracteriza sua infância nesse poema. Justifique sua resposta com elementos do texto.

Questão 2
Como era o lugar em que o eu lírico viveu sua infância? Utilize elementos do texto para comprovar sua resposta.

Questão 3
A palavra “aurora” aparece com dois sentidos diferentes no texto. Copie os versos em que ela aparece e explique o sentido da palavra em cada um deles.

Questão 4
Apesar de esse poema ser sobre a infância do eu lírico, é possível saber como ele se sente no presente. Assinale a alternativa com os versos que demonstram isso mais claramente.

a) Como são belos os dias
Do despontar da existência!

b) Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

c) Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,

d) Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito

Questão 5
Releia estes versos.

Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Embora as palavras nos versos acima estejam organizadas de forma pouco comum, é possível dizer que a frase é incompreensível? Justifique reescrevendo a frase de maneira mais usual.
Questão 6
Releia estes versos em que o eu lírico fala sobre como ele via o mundo na infância.

O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!

Considerando o uso dessas metáforas, que sentido o eu lírico dá a sua infância?


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