23 de março de 2020

O Diário de Anne Frank - Interpretação com respostas comentadas e habilidades 6º 7ºanos


Atividade pronta para BAIXAR e SALVAR grátis


Mais ATIVIDADES PRONTAS no grupo de professores. Participe!


O trecho que você vai ler a seguir foi retirado de um diário muito conhecido, escrito por uma menina que tinha 13 anos de idade quando o produziu. Anne Frank foi uma garota judia que viveu em Amsterdam, na Holanda, em uma época de perseguição aos judeus por nazistas e precisou, por conta disso, se refugiar em um sótão da empresa que seu pai possuía. Lá, ela registrou seus sentimentos em um diário secreto.

Faz alguns dias que não escrevo porque eu quis, antes de tudo, pensar neste diário. É estranho uma pessoa como eu manter um diário; não apenas por falta de hábito, mas porque me parece que ninguém – nem eu mesma – poderia interessar-se pelos desabafos de uma garota de treze anos. Mas que importa? Quero escrever e, mais do que isso, quero trazer à tona tudo o que está enterrado bem fundo no meu coração.
Há um ditado que diz: “O papel é mais paciente que o homem”. Lembrei-me dele em um de meus dias de ligeira melancolia, quando estava sentada, com a mão no queixo e tão entediada e cheia de preguiça que não conseguia decidir se saía ou ficava em casa. Sim, não há dúvida de que o papel é paciente, e como não tenho a menor intenção de mostrar a ninguém este caderno de capa dura que atende pelo pomposo nome de diário – a não ser que encontre um amigo ou amiga verdadeiros –, posso escrever à vontade. Chego agora ao xis da questão, o motivo pelo qual resolvi começar este diário: não possuo nenhum amigo realmente verdadeiro.
Vou explicar isso melhor pois ninguém há de acreditar que uma menina de treze anos se sinta sozinha no mundo. Aliás, nem é esse o caso. Tenho meus pais, que são uns amores, e uma irmã de dezesseis anos. Conheço mais de trinta pessoas a quem poderia chamar de amigas – e tenho uma porção de pretendentes doidos para me namorar e que, não o podendo fazer, ficam me espiando, na classe, por meio de espelhinhos. [...] O problema é que não conseguimos nos aproximar uns dos outros. Talvez me falte autoconfiança; seja como for, o fato é esse, e não consigo mudá-lo.
Daí este diário. A fim de destacar na minha imaginação a figura de uma amiga por quem esperei tanto tempo, não vou anotar aqui uma série de fatos corriqueiros, como faz a maioria. Quero que este diário seja minha amiga e vou chamar esta amiga de Kitty.

Sábado, 20 de junho de 1942.

FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Trad. Elia Ferreira Edel. 15. ed. Rio de Janeiro: Record, 1988.

Questão 1
No segundo parágrafo, Anne Frank explica o motivo que a levou a escrever seu diário. Que motivo é esse? Explique-o com suas próprias palavras.

Questão 2
Com base em sua resposta anterior, explique por que Anne Frank decidiu nomear seu diário.

Questão 3
No último parágrafo, Anne Frank afirma que, diferentemente de outros diários, o dela não servirá para “anotar uma série de fatos corriqueiros”. Sabendo que corriqueiro significa “comum”, o que provavelmente ela escreverá em seu diário? Justifique.

Questão 4
No segundo parágrafo do diário, Anne Frank menciona um ditado, “o papel é mais paciente que o homem”. 
A respeito disso, responda:

a) O que você acha que esse ditado significa?
b) Considerando sua resposta anterior, explique: por que ela menciona o ditado?

GABARITO