Paralelismo sintático é um recurso de organização dos enunciados que se caracteriza por uma sequência de termos (ou orações) de mesma função sintática e constituídos por um mesmo tipo de estrutura gramatical ou por estruturas gramaticais semelhantes. O paralelismo não é uma "regra gramatical", e sim um recurso que contribui para o estilo, o ritmo, a harmonia e a coesão do texto.
Leia este trecho de texto:
Até hoje se pergunta: para que serve a arte, para que serve a poesia?
Intelectuais se aprumam, pigarreiam, começam a responder dizendo "Veja bem..." e daí em diante é um blablablá teórico que tenta explicar o inexplicável. Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole. Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hábito, para evitar repetições, para provocar um estranhamento, para alegrar o seu dia, para fazê-lo pensar, para resgatá-lo do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento.
MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2011. p. 10.
A expressividade da argumentação da autora relativamente à importância da poesia na vida cotidiana das pessoas se evidencia principalmente por meio de:
a) paralelismo sintático constituído por orações que exprimem causa.
b) uma comparação inusitada entre a poesia e uma vaca no meio da calçada de uma metrópole.
d) paralelismo sintático constituído por orações que exprimem finalidade.
d) referência irônica à maneira como os intelectuais tentam explicar a importância da poesia.
e) figuras de linguagem, como por exemplo, "explicar o inexplicável" (paradoxo) e "inferno que é viver" (hipérbole).
Gabarito: C