12 de janeiro de 2019

MORFOSSINTAXE - questões de vestibulares (gabarito)


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1. Resposta correta – alternativa b: A vírgula neste período foi usada para evitar a repetição do verbo ser (“Compre sem susto: a loja é virtual; os direitos [são] reais.”).  Nas alternativas a e d, a vírgula separa duas orações coordenadas. Já, nas alternativas c e e, a vírgula separa duas orações, uma principal e outra subordinada.

2. Resposta correta – alternativa e: A sentença está correta porque todos os sujeitos omitidos retomam as sequelas e todos os itens concordantes estão no plural.
Alternativa a: Rigorosamente, o sujeito omitido na sentença teria como núcleo uso (“... pois [o uso de produtos de higiene feminina] podem causar irritações”). Assim, como o núcleo é singular, o verbo também deveria estar no singular (pode). Aparentemente, a concordância se faz com produtos, mas, sendo assim, o sujeito deveria estar expresso, por não ter aparecido antes.
Alternativa b: O sujeito não usar roupas justas do primeiro período deveria ter sido retomado por um pronome demonstrativo isso: ... pois isso permite uma boa ventilação […]. Outra solução seria apassivar a sentença, incluindo a partícula se junto ao verbo e tornando uma boa ventilação sujeito: ... pois assim permite-se uma boa ventilação […].
Alternativa c: A sentença deveria apresentar o termo seu efeito no plural porque ele está relacionado ao sujeito plural alguns medicamentos. Além disso, a retomada de seus efeitos pelo pronome ele também deve estar no plural, com as alterações necessárias. Assim: Alguns medicamentos devem ser ingeridos ao levantar-se (manhã) e outros antes de dormir (noite), aproveitando assim seus efeitos quando eles são mais necessários.
Alternativa d: A forma verbal merecem deve se relacionar, rigorosamente, ao sujeito a rouquidão persistente. A omissão parece querer retomar “nódulos (calos) ou pólipos”, mas, nesse caso, sua retomada deveria ter sido feita por um sujeito explícito, do tipo estes, os quais.

3. No primeiro caso, temos um sujeito, uma vez que o que retoma os sentidos: “os sentidos […] têm por função receber informação...”. A segunda ocorrência de que se trata de um objeto direto, porque complementa o verbo ver. O terceiro e o quarto que retomam elementos e ondas, respectivamente; trata-se de sujeitos: “... [os] elementos […] podem servir ou não...”; “... [as] ondas […] são sentidas como sons.”. A alternativa que apresenta tais funções sintáticas na ordem correta é a alternativa a.


4. Pobre índio é sujeito, termo com o qual o verbo animar concorda (3ª pessoa do singular); D. Antônio de Mariz é objeto direto do verbo ver (via a D. Antônio); entretanto, há uma preposição que acompanha esse objeto, provavelmente por uma questão de estilo; trata-se, portanto, de um objeto direto preposicionado. Já sobre a esplanada destaca o local onde a ação de passear ocorria; é um adjunto adverbial de lugar. A alternativa que apresenta as funções sintáticas corretas é a alternativa c.

5. Servilismo é núcleo do sujeito O servilismo ao código apriorístico […] é o critério básico...; código é núcleo de um complemento nominal, uma vez que ao código apriorístico liga-se a servilismo por intermédio de uma preposição e complementa seu sentido; já apriorístico é adjunto adnominal de código porque o caracteriza. A alternativa que apresenta as funções sintáticas corretas é a alternativa a.

6. A primeira afirmação está correta; da farmácia especifica proprietário. A segunda afirmação também está correta; da farmácia é um adjunto adverbial que explicita o local de onde saiu o proprietário. Já a terceira consideração é equivocada: na primeira sentença, há um proprietário de uma farmácia que sai de algum lugar; na segunda há um proprietário (de alguma coisa) que sai da farmácia. Finalmente, a última consideração também está errada, pois as funções sintáticas de da farmácia são diferentes (adjunto adnominal em I, adverbial em II). A alternativa b é a correta.

7. A preposição por do enunciado em questão, fundida ao artigo a (que origina a palavra pela), indica o agente da ação expressa pelo particípio determinada: a esposa de Zé Gordo determinou uma quantia para ser dada. Da mesma forma, as alternativas devem apresentar o agente de alguma ação, ainda que esse agente seja inanimado. As alternativas b e d apresentam por como expressão de causa, motivo: o desespero é calado porque é absoluto (b); os becos são sem saída porque só têm uma entrada (d). A alternativa c apresenta por como sinônimo de através de, indicando “caminho”, “modo pelo qual”. A alternativa que apresenta a noção de agente é a alternativa a, que pode ser reescrita como em geral, as telhas de zinco cobrem os caibros, em que temos telhas de zinco como agente da ação de cobrir.

8. A sentença original apresenta orações coordenadas, dentre elas uma alternativa, ou seja, abre a possibilidade de ocorrência de um fato ou de outro. Há um dever a ser cumprido (“temos de nos enquadrar”) que, caso não seja, trará como consequência um fato (“as consequências serão apocalípticas”). Todas as alternativas apresentam essa ideia, por meio de uma condição. A única alternativa que inverte o sentido original é a alternativa d, que apresenta a ideia de que as consequências serão apocalípticas se houver enquadramento.

9. A primeira lacuna deve ser preenchida por uma vírgula, que separa corretamente duas orações; a segunda lacuna deve ser preenchida pelos dois-pontos, uma vez que as sequências posteriores são esclarecimentos dos “dois aspectos interessantes”; já a terceira lacuna deve ser preenchida pelo ponto e vírgula, que enumera sequências que já apresentam vírgulas. A alternativa que apresenta os sinais corretos é a alternativa d.

10. Resposta correta – alternativa c.
Alternativa a: O pronome relativo está sendo utilizado de maneira equivocada para marcar a posse; no caso, a sentença poderia ser correta se o relativo fosse os quais: Estes versos, os quais são de Manuel Bandeira, fazem parte.... Alternativa b: O período formado é simples, não é composto por subordinação. Alternativa d: O pronome relativo que não estabelece a relação de posse necessária (marcada pelo pronome cujo) para que a sentença esteja correta. Alternativa e: O pronome relativo de quem não estabelece a relação de posse necessária para que a sentença esteja correta.

11. Resposta correta – alternativa d: Em 1, as sentenças apresentam um fato e a conclusão sobre esse  fato. Em 2, no entanto, apresenta a relação sobre a forma de oposição. Tal união não é feita adequadamente. Alternativa a: As sentenças em 1 apresentam um fato e a conclusão sobre esse fato. A junção em 2 une o fato à conclusão sob a estrutura de causa e consequência. Alternativa b: As sentenças em 1 apresentam pedidos; em 2 os pedidos são unidos num só período. Alternativa c: Em 1, as sentenças exprimem um pedido/ordem e uma razão para tal pedido/ordem. O enunciado 2 os une por intermédio da conjunção de causa que. Alternativa e: As sentenças em 1 mostram uma concessão, ou seja, uma regra (“ele é meu adversário”) geral e uma exceção a essa regra (“não posso deixar de admirá-lo” – normalmente adversários não são admirados). O enunciado 2 une adequadamente as sentenças de 1, mantendo a concessão.



12. A primeira ideia apresentada é de oposição, explicitada pela conjunção mas. Vê-se que há duas ideias em contraposição: o fato de a casa ser pequena (qualidade negativa, ou inferior), mas bonita (qualidade positiva). Em seguida, há a ideia de consequência: a casa tem tanta beleza que desperta bons sentimentos no interlocutor. No final, há uma oração reduzida, expressando tempo, que pode ser parafraseada da seguinte forma: quando se lembra dela. A alternativa que lista ideias e circunstâncias corretamente é a alternativa b.

13. Resposta correta – alternativa b: A vírgula é necessária nesse caso para separar a oração subordinada adjetiva explicativa.  Alternativa a: A ocorrência de precisa no texto não significa “necessitada”, mas “específica”, “exata”. Seu significado tem a ver com precisão, não necessidade. Alternativa c: Não se sabe de que equipe o texto está falando, por isso “uma equipe”. Se a referência a essa equipe fosse feita novamente em um momento posterior, o artigo definido seria correto. Alternativa d: A técnica em questão foi explicada anteriormente, e, por isso, deve ser referida como “a técnica” (aquela de que se estava falando até então). Substituir o artigo definido por um indefinido induziria o leitor a pensar que se trata de outra técnica, não daquela em foco. Alternativa e: Novamente, trata-se de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que deve, então, vir entre vírgulas. A vírgula não pode ser excluída.

14.
I. Este período une as orações a, b e c instaurando a finalidade (salvar os objetos) da ação (jogar-se ao fogo), e apresentando uma concessão para essa ação – um motivo pelo qual ela normalmente não aconteceria (o fogo aumentar).
II. Este período, que une as orações a, b e c, inicia-se com a ação principal (jogar-se ao fogo) e sua finalidade (salvar os objetos). O aumento do fogo é relatado por meio da oração adjetiva (“que continuava aumentando”), cujo pronome relativo se refere corretamente a “fogo”.
III. Este período une as orações a, b e c apresentando uma instância temporal (enquanto o fogo aumentava), dentro da qual ocorre uma ação (jogar-se ao fogo) para uma dada finalidade (salvar os objetos). Os três períodos estão corretos. A alternativa que apresenta tal afirmação é a alternativa e.

15. Resposta correta – alternativa c: O valor da conjunção e neste período é adversativo, podendo ser substituída pela conjunção mas: “Tenho visto criaturas que trabalham demais, mas não progridem”.  Alternativas a, b e d: Não há valor adversativo (de oposição) para a conjunção e nesses períodos; seu valor é aditivo. Alternativa e: Se ocorrer a substituição da conjunção e pela conjunção mas neste período, há um problema de coesão e coerência: as ideias expressas não são de oposição, mas complementares. Assim, mais uma vez, não há valor adversativo.

16. Resposta correta – alternativa e: A primeira conjunção expressa conclusão; a segunda, no entanto, apresenta oposição. Alternativa a: Ambas as locuções conjuntivas expressam causa. Alternativa b: As duas locuções conjuntivas expressam condição. Alternativa c: As duas conjunções expressam ideia adicional. Alternativa d: As duas conjunções expressam, nesse caso, ideia concessiva. 

17. Resposta correta – alternativa a: Os fatos expressos pelas frases (homem criar máquinas para facilitar a vida; máquinas corresponderem a essa expectativa) são complementares, não opositivos. A conjunção contudo é opositiva, portanto, seu uso está incorreto. Alternativa b: A conjunção que estabelece corretamente uma relação de causa (abrir a portar; estar com pressa). Alternativa c: A conjunção porém estabelece corretamente uma relação de oposição entre os dois fatos apresentados (ter as condições para representar os colegas; alguns colegas não reconhecerem esse mérito). Alternativa d: As conjunções utilizadas – se e conforme – estabelecem relações corretas de condição e conformidade. Alternativa e: A conjunção que utilizada estabelece uma comparação entre a forma como a pessoa gritou e a forma como um louco grita/gritaria.

18. Resposta correta – alternativa a: As frases I e II não são semanticamente idênticas. Na primeira, há um privilégio da informação negativa sobre a positiva; pesa mais o fato de o rapaz ser mentiroso do que ser bonito; já na segunda, há uma preponderância da informação positiva sobre a negativa; pesa mais a beleza do rapaz do que o fato de ele ser mentiroso.  Alternativa b: De fato, a conjunção mas dá mais ênfase ao fato de o rapaz ser mentiroso. Preza-se, portanto, pela sinceridade que o rapaz deveria ter. Alternativa c: Pelo mesmo mecanismo sintático, neste caso dá-se mais ênfase ao fato de o rapaz ser bonito. Alternativas d e e: A conjunção mas dá mais peso à informação que está mais próxima dela, o que cria o efeito compensatório da sentença II e/ou o efeito de justificativa da sentença III.

19. O que é indispensável é conhecer o princípio adotado para avaliar a experiência realizada ontem, a fim de compreender a atitude tomada pelo grupo encarregado do trabalho. O período destacado ilustra um problema comum na redação de textos: o uso excessivo da conjunção que para ligar as orações. Dentre outras possibilidades, esta resposta preza por substituir as orações subordinadas desenvolvidas por orações reduzidas, que não apresentam a conjunção e tornam, assim, o enunciado mais elegante e bem escrito.


20. Resposta correta – alternativa e: A relação de causa é corretamente estabelecida pela conjunção
como nesse período; o cachorro foi dado à mulher do carvoeiro (consequência) porque ele incomodava seu dono (causa).  Alternativa a: Senão estabelece uma relação de oposição entre as orações, mas elas se complementam como causa (o cachorro incomodar) e consequência (dar o cão à mulher). Alternativa b: Assim como estabelece uma relação de comparação entre as orações. Alternativa c: Embora estabelece uma relação de concessão entre as orações. Alternativa d: No entanto estabelece uma relação de oposição entre as orações.

21. Resposta correta – alternativa e: De fato, em I, meu coração é objeto direto do verbo guardar; em II, é vocativo, um chamamento da pessoa amada. Ambos devem ser entendidos como metáforas: em I, meu coração são os sentimentos que o emissor tem pela interlocutora Rosinha; em II, meu coração é a própria Rosinha, a quem o emissor chama com carinho.  Alternativa a: O termo é objeto direto somente em I, e ambos devem ser entendidos no sentido conotativo. Alternativa b: Em I o termo é objeto direto e em II é vocativo. Ambos devem ser entendidos no sentido conotativo. Alternativa c: Ambos os termos devem ser entendidos como metáforas, mas são objeto direto e vocativo, respectivamente. Alternativa d: O termo em II é um vocativo.

22. No período original, lhe funciona como objeto indireto do verbo anunciar e pode ser substituído por a ele, a ela. No período reescrito, lhe tem valor possessivo (pode ser substituído por sua) e funciona como adjunto adnominal de sede.  A alteração da posição do pronome lhe mostra que os pronomes oblíquos átonos podem ter valor de posse, substituindo pronomes possessivos. Por exemplo, sentenças do tipo Tomou-lhe a bolsa e saiu correndo, deixando a senhora desesperada podem ser reescritas como Tomou a bolsa dela, deixando a senhora desesperada. No período em questão, a alteração causa uma modificação de ordem sintática, com o lhe deixando de ser objeto indireto de anunciar e passando a ser adjunto adnominal de sede.

23. O texto apresenta a ideia central, que é o fato de os narradores contarem a história da educação paulista da mesma maneira. Também mostra uma concessão a esse fato (por meio da conjunção embora): a origem diversa desses narradores, oriundos de diferentes espaços (espera-se que, por serem de diferentes espaços, os narradores contem diferentes histórias; mas isso não ocorre). Finalmente, por meio de uma oposição (com a conjunção mas), o texto afirma que essa história da  educação paulista não é diferente da história da educação de outros estados brasileiros. Para que o texto seja reescrito sem alteração de sentido, é importante que as ideias de concessão e oposição sejam mantidas, o que só acontece na alternativa d, que encadeia as ideias com uma locução conjuntiva concessiva (apesar de) e uma conjunção adversativa (todavia).

24. Resposta correta – alternativa e: Essa alteração não é possível, pois é apenas a vírgula que cumpre a função de elencar diversos itens de uma mesma categoria (páginas mais procuradas da internet) no contexto em questão.  Alternativa a: A alteração coloca o sujeito em sua ordem clássica, iniciando a oração, e é perfeitamente possível. Alternativa b: Nesse caso, tem expressa existência, e pode ser substituído pelo verbo haver. Alternativa c: As expressões são sinônimas e não há problemas em realizar essa troca. Alternativa d: As duas conjunções expressam conformidade e podem ser permutadas neste contexto.

25. Resposta correta – alternativa b. Alternativa a: O verbo existir precisa concordar com o núcleo do sujeito soluções. A sentença correta seria Não existem, na conjuntura atual, soluções perfeitas para o problema da energia no Brasil. Alternativa c: O adjetivo capaz deve concordar com combustíveis, substantivo ao qual está ligado. Assim, a sentença correta seria A história das civilizações pode ser contada como a busca por combustíveis capazes de gerar a energia necessária para nos aquecer no inverno e cozinhar alimentos. Alternativa d: O verbo escolher precisa concordar com o núcleo do sujeito críticos. A sentença correta seria Os críticos da globalização, ao alegar que os ricos estão ficando mais ricos e os pobres mais pobres, escolhem, com frequência, o campo de batalha errado. Alternativa e: O verbo de ligação está e o predicativo refletido devem concordar com o núcleo do sujeito tendências. Assim, a sentença correta seria Nas obras literárias marcantes estão refletidas, de algum modo, as tendências dominantes da cultura de cada época.

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