10 de outubro de 2020

Poema Drummond - Interpretação com gabarito (7ºano)


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Infância 

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
— Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
 no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética, Record, 2001.

Leia as afirmações feitas a seguir, a respeito do poema:

I. No texto, o poeta rememora episódios de sua infância.
II. A infância do poeta caracteriza-se pela repetição dos mesmos pequenos acontecimentos de uma pacata vida doméstica.
III. O menino foge da monotonia, da solidão, lendo as histórias de Robinson Crusoé.
IV.
Desde criança, o poeta já percebia que sua vida tinha mais beleza que a de Robinson Crusoé.

Estão corretas as afirmações feitas em

a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) II e III, apenas.

GABARITO