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Leia o texto a seguir, do poeta neoclássico inglês Alexandre Pope (1688-1744) para responder às questões.
Eia, Amigar meu Gênio! prossigamos,
Oh Mestre do Poeta, e do Poema!
E em quanto a Musa desce ou veloz sobe
As paixões baixas, ou seus fins ditosos,
Ensina-me, qual tu, após Natura
A descer sem desar, subir sem risco.
Por teus ditames passarei sem erro
Do vivo ao grave, do jocoso ao sério;
Eloquente serei sem ser prolixo,
A' Razão dócil, a agradar propenso.
Ah! Então que teu Nome os mares corte
Do Tempo, que transmite a glória tua,
Poderá meu baixel largando as velas
Participar do próspero galerno?
Quando os Ministros, Reis, Heróis jazerem,
E aos filhos peje o mal que te quiseram,
À longa Idade então dirão meus versos,
Que tu foste o meu Sábio, Amigo, e Norte;
Que por ti eu voltei às harmonias
Dos sons às coisas, tudo ao foro interno;
Da Fantasia em vez brilhou Natura,
Mostrando quanto existe estar bem feito;
Ter Paixão e Razão igual objeto;
Ser Amor-próprio, e Social o mesmo;
A Virtude a geral Felicidade;
E do Homem Sciencia só o conhecer-se.
POPE, Alexandre. Ensaio sobre o homem.
Tradução de Francisco Bento Maria Targini. Tomo III
Londres: C. Whittingham, 1819.
1. Quais elementos do poema recuperam características classicistas?
2. Quais elementos do poema se contrapõem a características barrocas?
