6 de abril de 2019

Exercícios Memórias póstumas de Brás Cubas (gabarito)


1. Brás Cubas providencia uma casinha para que ele e Virgília possam se encontrar com discrição. A casa foi mobiliada pela amante e ele levou alguns livros. Dessa forma, teriam um lugar para viver sua "história de amor". 
a) Para manter as aparências, D. Plácida figuraria como a verdadeira dona da casa. 
b) D. Plácida relutou a princípio em aceitar a casa, mas depois cedeu. Brás Cubas afirma acreditar que, no início, ela chorava ao pensar no "ofício" que deveria desempenhar e que, nos primeiros dois meses, não lhe dirigia o olhar e falava-lhe "séria, carrancuda, às vezes triste". 

2. Em primeiro lugar, age gentilmente com D. Plácida, ainda que ela o tratasse com distância. Depois de ganhar a confiança da senhora, inventa uma história "patética" de seus "amores" com Virgília e de todos os obstáculos que os impediram de ficar juntos. 
a) D. Plácida precisava acreditar que o amor deles era puro e impossível devido aos obstáculos, dessa forma ela não se sentiria tão mal ao acobertar o adultério. 
b) Ao afirmar que D. Plácida aceitou a história "patética" por uma "necessidade da consciência", Brás Cubas revela sua critica à hipocrisia que caracteriza o comportamento da senhora e, por extensão, da sociedade sobre o adultério. 

3. Ao relatar como D. Plácida o agradeceu "com lágrimas nos olhos" e passou a rezar por ele todas as noites, Brás Cubas dá a exata dimensão de seu cinismo em relação ao "nojo" inicial que ela sentia. A gratidão dele, manifestada financeiramente, garantiu-lhe o "afeto" de D. Plácida. 
Ao deixar evidente que o "nojo" de D. Plácida acabou ao receber o "pecúlio de cinco contos", Brás Cubas deixa clara sua posição social e sua visão sobre o mundo: é possível, com dinheiro, "comprar" a consciência e o respeito das pessoas.