24 de setembro de 2023

Leitura e interpretação de reportagem 7º e 8º anos - Violência infantil - Textos publicitários

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Leia os trechos de uma reportagem que trata da campanha “Não engula o choro”, observe a peça publicitária (outdoor) produzida para a campanha e responda às questões. 

Política > Paraná | violência infantil
“Não engula o choro”: campanha contra violência infantil muda o foco e viraliza

Por Flávia Silveira, especial para Gazeta do Povo – 18/05/2018 10:05

Combater a subnotificação da violência infantil é um dos objetivos da campanha paranaense, que, neste ano, conversa diretamente com as vítimas 

A quantidade de denúncias de violência contra crianças e adolescentes cresceu 37,6% no Paraná entre 2016 e 2017 – de 843 para 1.166 ocorrências, segundo dados do disque-denúncia 181. A maior parte das denúncias é referente a casos de violência sexual (31,5%), seguida de violência física (30,4%) e negligência ou abandono (23,9%). Também constam denúncias de casos violência psicológica ou moral (5,9%), fornecimento ou uso de álcool e outras drogas (4,7%), e trabalho infantil (3,6%).
Foi pensando em se comunicar diretamente com as vítimas que a Secretaria Estadual da Família e Desenvolvimento Social lançou, no início do mês, a campanha “Não engula o choro”. O mote vem da importância do choro como forma de expressão de sentimentos, presente em todas as fases da vida, e visa a incentivar as vítimas a buscarem ajuda com pessoas de confiança, explica o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Alann Bento.
Desde então, os dois vídeos da campanha viralizaram nas redes sociais e já ultrapassaram, juntos, a marca de 1,3 milhão de visualizações. Além das mídias on-line, as duas animações, com cerca de um minuto cada, estão sendo projetadas nos cinemas antes do início dos filmes durante todo o mês, conforme lei estadual 18.798/2016. As animações podem ser veiculadas, gratuitamente, por canais de televisão públicos e privados. [...]

Ocorrências

De acordo com Bento, do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, este tipo de crime não é restrito a uma classe social, e o que varia é o tipo de violência, a faixa etária e o gênero. [...]
Segundo ele, as crianças até 12 anos têm maior dificuldade de compreender a situação de violência a que está exposta. Ele explica que, muitas vezes, a agressão parte dos responsáveis pelo menor, que fica confuso sobre o que sente por esta pessoa. “Por medo, coação e inclusive afeto por seu agressor, especialmente quando é um responsável ou pessoa próxima à família, essas crianças têm muita dificuldade em pedir ajuda, não sabem a quem recorrer e estão ainda mais vulneráveis”, diz.

Mudança na campanha

Bento conta que nas campanhas anteriores sobre o tema os vídeos eram mais chocantes e pesados, para gerar um impacto mais forte. Neste ano, a ideia foi criar um material mais lúdico e atrativo, numa linguagem compreensível por todas as faixas etárias. “A escolha da animação com música foi acertada. O retorno da campanha tem sido muito bom, já até recebemos áudios com crianças cantando o jingle. Significa que estamos conseguindo alcançar o que buscávamos”, diz.
[...]
Com foco nos adultos, foram criadas outras peças que compõem a campanha, como outdoors, mobiliários urbanos e imagens em portas de ônibus, disponibilizados em diversos municípios do Paraná.
Para os agentes da rede de proteção, como profissionais de assistência social, saúde, educação, conselho tutelar e segurança pública de todos os municípios do estado, foi entregue a cartilha “Responsabilidade compartilhada”, que traz orientações a estes profissionais de como atuar diante de casos de violência contra crianças e adolescentes. [...]
A avaliação de Bento sobre a campanha é bastante positiva. A repercussão online é importante – os vídeos chegaram a ser compartilhados por artistas como Eliana e Fafá de Belém –, mas, para o presidente do Cedca, o principal é conscientizar e orientar a população de como identificar os sinais de violência, bem como as crianças a procurarem ajuda. [...]

Como denunciar

O 181 é o canal oficial para denúncia que envolve violência contra crianças e adolescentes, sob responsabilidade da Polícia Militar. Feita a denúncia, a PM identifica se é uma violação de direito ou crime de violência e encaminha para os responsáveis pelo atendimento. Se for uma situação de urgência, que necessita solução imediata, a unidade policial competente é acionada. [...]

SILVEIRA, Flávia. “Não engula o choro”: campanha contra a violência infantil muda o foco e viraliza. Gazeta do povo. 

Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/politica/parana/nao-engula-ochoro-campanha-contra-violencia-infantil-muda-o-foco-e-viraliza

GLOSSÁRIO

Subnotificação: ato ou efeito de subnotificar ou notificar menos do que o devido.
Mote: assunto, tema de algo, sentença ou ditado curto.
Mídias on-line: conteúdo ou veículo de comunicação que utiliza a internet como meio de distribuição.
Coação: ato de exercer pressão psicológica ou constrangimento em uma pessoa para fazê-la realizar algo contra sua vontade.
Recorrer: pedir auxílio, ajuda.
Vulneráveis: que é ou está frágil; que pode ser ferido, tocado ou acoado, por exemplo.
Violação: descumprimento de um direito.

1. Na reportagem são citadas duas instituições do governo do Paraná que estão participando da campanha. Quais são elas? Comente sobre a importância da participação dessas duas instituições do governo estadual. 

2. Qual delas aparece “assinando” a campanha nos dois textos - reportagem e outdoor? 

3. Além dessa instituição, quem mais “assina” a campanha nessas peças publicitárias?

4. Quais foram os públicos da campanha e os tipos de peças publicitárias criados para eles? Cada uma delas foi feita para circular onde?

5. De acordo com a reportagem, a campanha fez sucesso ou foi um fracasso? Que informações confirmam isso?

6. O fato de a campanha ter sido dirigida a vários públicos e terem sido criadas várias peças pode ter influenciado no número de pessoas engajadas? Explique.

7. Como o público em geral pode ter se engajado em uma campanha como essa?

8. Um dos entrevistados para a reportagem cita um exemplo de engajamento das crianças. Qual?

9. Os compartilhamentos podem ter sido feitos por quais canais?

10. Quais podem ser as outras formas de engajamento do público em outros contextos?
Comentar um post ou vídeo.
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11. Você acredita que esses dados – número de impressões, engajamento e compartilhamentos – confirmam o sucesso da campanha? Por quê?

12. Organize as informações a seguir, de acordo com a ordem em que aparecem na reportagem.

• O crime de violência contra as crianças e os adolescentes acontece em qualquer classe social, muitas vezes no seio familiar, o que dificulta o pedido de ajuda.

• O aumento no número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes no Paraná entre 2016 e 2017 e os casos de violência denunciados.

• O sucesso da campanha com a viralização de peças publicitárias nas redes sociais, nos cinemas e em canais de televisão públicos e privados.

• A divulgação do canal oficial para denúncias e das etapas de apuração delas.

• A mudança na campanha tornou o material mais leve e atrativo para todas as faixas etárias.

• O lançamento da campanha “Não engula o choro” direcionada às vítimas de violência e a justificativa do nome dado a ela.

• A apresentação dos públicos a que se destina a campanha e os tipos de peça de propaganda definidos para cada um.

13. Considerando essa ordem de apresentação das informações no texto, responda.

a) Quais delas você considera essenciais para entender o que é a campanha?

b) Quais informações você diria que são um detalhamento da campanha, que explicam como ela funciona?

c) Em que parte(s) do texto cada informação aparece?

d) Você considera que o último parágrafo informa detalhes complementares sobre a campanha ou apresenta informações essenciais sobre ela?

Gabarito e habilidades